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LIPE TAVARES EM NÚMEROS OU O TIPO MAIS BREGA DE POST

Três lugares onde se comer
• Fast Grill (do Natal Shopping) 
Para quem estava acostumado a almoçar pizza ou algum sanduíche do Pitts Burg, quando no Natal Shopping, o almoço do Fast Grill surgiu como redenção. O nome do restaurante é sugestivo, portanto, não é difícil perceber que a especialidade da casa é churrasco. Com R$ 10, dá para comer bem, beber um bom suco e estirar o dedo para os pizzaiolos da Mister Pizza e pro gerente do Pitts Burg. 

• Point do Pastel 
Localizado na Avenida Ayrton Senna, próximo à lombada eletrônica, o Point do Pastel é um espaço simples, mas com ótimos preços e grande variedade. Mais uma vez, seria redundante explicar a especialidade da casa. Os pastéis são enormes, muito bem recheados, feitos na hora e custam em média R$ 3. geralmente passo por lá todas as quintas feiras, por volta da meia-noite, após o ensaio da Experiência Ápyus. 

• Tanaka Lanches (da Bernardo Vieira) 
Faz um bom tempo que não vou lá, e segundo boatos, o lugar parece já ter fechado. Mas sem exageros, nunca comi sanduíches melhores do que os de lá. Seguindo o padrão da filial da Praça Cívica, os sandubas são enormes, mais ou menos do tamanho de um prato grande. Já tive oportunidade de experimentar as duas filiais e, na minha opinião, a da Bernardo Vieira é bem superior. Nunca vi um molho rosê tão bem preparado e um lanche tão bem cuidado. A média de preço dos sanduíches gira em torno de R$ 3 ou R$ 4. Vale à pena procurar saber se a lanchonete ainda está funcionando. 

Seis álbuns
• Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Mutantes, Tom Zé, Nara Leão, Torquato Neto e Rogério Duprat – Tropicália Panis Et Circenses 
• Mutantes – A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado 
• Radiohead – Ok Computes 
• The Beatles – Abbey Road 
• Madredeus – Antologia 
• The Smiths – The Queen is Dead 

Cinco Filmes
• Laranja Mecânia – Stanley Kubrick 
• Um Lugar Chamado Nothing Hill – Roger Mitchell 
• 2001: Uma Odisséia no Espaço – Stanley Kubrick 
• Os Guarda-Chuvas do Amor – Jacques Demy 
• O Iluminado – Stanley Kubrick 

Dez canções
• Balada do Louco – Arnaldo Baptista 
• Vicente Celestino – Coração Materno 
• While My Guitar Gently Weeps – George Harrisson 
• Terra – Caetano Veloso 
• Vila do Sossego – Zé Ramalho 
• Coffe & TV – Alex James 
• Why Worry – Mark Knopfler 
• Último Romance – Rodrigo Amarante 
• Sail to The Moon – Tom York 
• Chico Buarque – Desalento 

Quatro livros
• O Nascimento de Deus: A Bíblia e o Historiador – Jean Bottero 
• Uma História de Deus – Karen Armstrong 
• A Divina Comédia dos Mutantes – Carlos Calado 
• O Elogio da Loucura – Erasmo de Rotterdam 

Treze compositores
• Arnaldo Baptista 
• Samuel Rosa 
• Lulu Santos 
• Chico Buarque 
• Johann Sebastian Bach 
• Caetano Veloso 
• João Ricardo 
• Thom Yorke 
• George Harrisson 
• Paul McCartney 
• Renato Russo 
• Herbert Viana 
• Beethoven 

LIPE TAVARES: UM SER ANACRÔNICO


Desde muito pequeno, sempre tive a estranha sensação de que eu nasci na época errada. Definitivamente, os meus gostos e convicções não se enquadram muito bem nos padrões atuais. Mas não foi tão cedo que pude constatar esse fato com tanta certeza. 
Já fiquei meio preocupado quando a minha família ou alguns amigos me censuraram ao me verem sentado no terraço de casa, sozinho, ouvindo chorinho e tomando cerveja. Ou me chamavam de velho ou questionavam sobre o meu estado emocional. 
Já me preocupei muito quando fui censurado ou reprimido por alguém, mesmo que por pequenas piadas, ao ouvir Noel Rosa ou Madredeus. 
Nem sempre, fazer uma coisa que se gosta, sem se preocupar com o que os outros vão pensar, é sinal de breguice ou dor de cotovelo. 
Depois de tanto me preocupar, e, mesmo sem levar em consideração as tais repressões ou censuras, tentei achar um sentido para isso tudo. 
Sem querer fazer o tipo do alternativo, do diferente, percebi que, mesmo que inconscientemente, tendo a relutar contra os padrões e modismos que são impostos. Se tem uma coisa que acho legal em mim, é conseguir fazer a grande maioria das coisas por mim, sem pensar no que os outros vão pensar. Claro que em algumas ocasiões não podemos fugir dos olhares alheios. Admito. Somos seres sociais (mamãe, ta vendo com as aulas de Sociologia fazem efeito?). 
Só para constar, acho que cerca de 90% das coisas que ouço, leio e, conseqüentemente, me inspiro são datadas antes dos anos 90. 
Confesso que sou extremamente dependente da tecnologia dos últimos tempos, em especial a Informática e a Internet, mas, para mim, os progressos tecnológicos são uma maneira concreta de acomodação do homem. No meu caso, essa lógica é extremamente cruel. Sou uma pessoa indisciplinada ao extremo e tenho muitas dificuldades para encarar os planos traçados, com força de vontade. Se tenho uma facilidade a mais para resolver meus problemas, me acomodo na mesma proporção. 
Por isso, creio que se eu tivesse vivido entre os anos 60 e 80, seria uma pessoa mais esforçada, mesmo que por pura pressão ou carência de subsídios. Também, ser contemporâneo dos meus ídolos musicais, literários e ideológicos, que se configuram nos meus verdadeiros gostos, seria um estímulo e tanto. 
Como uma viagem no tempo continua inviável, continuarei anacrônico mesmo, com a rola no presente e os ovos no passado.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo. Parte 7

O baixo que eu havia tomado emprestado era meio desprovido de beleza, mas tinha um sonzinho até legal. Mas o mesmo problema que passei com a guitarra, passaria com esse instrumento ligeiramente mais grave: a falta de um amplificador adequado. 
Mais uma vez, quem pagou o pato foi o meu velho aparelho de som 3×1 anteriormente danificado. (Danificado ainda está, mas através dele que ouço os meus vinis e CDs. Das três, uma. Ou eu parei no tempo, ou sou pão duro demais, ou sou endinheirado de menos para fazer um upgrade no meu reprodutor sonoro. Fique à vontade para construir o seu próprio desfecho.) 
Assim, e em virtude da minha característica de empolgação e desempolgação por minuto, não tardou para que eu achasse aquilo tudo um saco. Não tentei mais que 3 semanas, abandonei o baixo e só voltaria a olhar para ele em algum dia de julho ou agosto de 1999, mais ou menos um ano depois. 
Mais uma vez, Carlinhos foi o incentivador. Dizia estar montando uma banda e me queria como baixista. Contrariando uma idéia antiga – a de comprar um violino e um cavaquinho – há pouco tempo eu havia vendido a minha guitarra e comprado um bom violão Rampazzo. Não tinha vontade nem dinheiro para comprar um novo instrumento tão cedo. 
Assim, fiquei usando o baixo Gianinni Stratosonic emprestado por um bom tempo. 
Carlinhos sempre foi bem intencionado, mas, vez ou outra, aparecia com uma idéia meio fantasiosa. 
No primeiro ensaio da tal banda, nada de anormal (excetuando-se a anormal inabilidade dos músicos, evidentemente): um baterista, 2 guitarristas (um deles acumulando a função de vocalista) e 1 baixista. Não tardou, porém, para que o estado de anormalidade tomasse a cena. Com a entrada continuada de outros integrantes, a banda chegou à nada normal formação: 1 baterista, 1 baixista, 1 backing vocal, 3 guitarristas e 3 vocalistas (que tinham que disputar o posto com os guitarristas e o baixista). 
Por sorte, ainda restava um pouco de normalidade em minha essência. Eu e Carlinhos decidimos dividir os 9 integrantes em duas bandas distintas. É lógico que os integrantes de uma delas não receberia mais ligações para ensaios e afins. 
A escolhida findou com a seguinte formação: eu (baixo/backing vocal), Carlinhos (bateria), Gustavo (guitarra/backing vocal), Fellipe Cesar (vocal/guitarra) e Joaquim (backing vocal/pandeirola). 
Estava fundada a formação inicial do República 5, e plantadas as sementes de muitos sonhos. Muitos.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo – Parte 6

Conheci Carlinhos aos 7 anos de idade. A gente jogou muito futebol e brincou de “Comandos em Ação” juntos. 
Pela vizinhança, não demorou para virarmos grandes amigos. 
Nossos primeiros passos na música foram juntos. Pensamos que tocamos em uma banda de pagode, aos 16 anos. E a partir daí não nos separamos mais (que romântico…). 
Quando decidi que iria vender minha guitarra para comprar um violino e um cavaquinho, ele foi o primeiro a tentar me convencer a não fazer isso. Tanto tentou que conseguiu. 
Certo dia ele me ligou dizendo: “venha aqui em casa que eu tenho um presente para você”. Não levei mais que 20 segundos para estar batendo na porta da casa dele (fato não tão impressionante, já que até hoje moramos a 50 metros de distância um do outro). 
Chegando lá, e após seguir algumas instruções, fui até o quarto do cara com os olhos fechados. Ao abri-los, a grande surpresa: um contrabaixo elétrico Gianinni Stratosonic anos 80. No momento não entendi o que aquilo significava, e as conseqüências que aquele gesto traria. 
Observando o meu sorriso e a minha cara de satisfação ele falou: “Esse baixo é do meu tio, mas está parado faz um bom tempo. Ele é seu até que você compre um”. 
Comecei a tentar aprender o instrumento, e ao contrário do que passei com o violão e com a guitarra, o desenvolvimento foi bem rápido. 
Mas eu não estava feliz. Não estava gostando de tocar baixo. 
Demorou para que eu deixasse de tocar o novo instrumento mais por obrigação do que por gosto. 
Era algum mês de 1998, eu havia vendido minha guitarra e trocado meu violão. Minha barba estava começando a fechar e eu estava começando a gostar de aprender a tocar baixo.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo – Parte 5

Definitivamente, tocar guitarra era o meu mais novo sonho. Como já tinha algumas manhas do violão, os primeiros passos no meu novo instrumento não foram lá tão complicados, para mim, evidentemente. Conforme já relatado em algum capítulo dessa saga, a minha família já estava começando a se acostumar com os meus quase afinados dedilhados no violão, mas uma guitarra elétrica, sem amplificador, plugada no som da sala, fala consideravelmente mais alto. 

Quem me conhece bem, sabe que se houvesse uma frase para me resumir, essa seria: “Empolgação e desempolgação por minuto”. Não tardou para que eu me entediasse com isso tudo. 

A guitarra era muito linda, mas a sonoridade não fazia jus à beleza. Minha família é muito cordial, mas a gritaria não fazia jus à gentileza. 

Quando consegui finalmente estourar as caixas de som do meu velho aparelho 3 em 1 (que me serve até hoje, com as mesmas caixas estouradas), decidi que não queria mais aquela guitarra. 

Havia um tempo a música clássica entrara na minha vida através de Beethoven e Bach. Ganhei do meu pai uma coletânea do gênero com 10 CD’s, e corri feito louco à procura de documentários e biografias sobre os gênios que me conquistaram. Seguindo o meu lema “empolgação e desempolgação por minuto”, estava eu decidido a comprar um violino e aprender a tocá-lo. Mais ou menos nessa época, fui apresentado aos fascínios do chorinho, pelo meu pai. Não tardou para que Jacob do Bandolin e Waldir Azevedo também entrassem para o hall dos meus mais novos ídolos. Não tardou também para eu inserisse o cavaquinho no hall dos meus mais novos sonhos de consumo. Estava mesmo decidido a me tornar o grande solista da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte e o maior nome do chorinho brasileiro no século XXI. 

Eis que aparece um velho amigo para me salvar, ou não.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo – Parte 4

Sempre fui muito mimado. Quando eu queria uma coisa, insistia até ganhar. Com a guitarra não foi diferente. Meu pai comeu o pão que o diabo amassou (e cagou) com essa história. 

“Não precisa mais insistir. Você vai ganhar sua guitarra. Mas se ficar em recuperação, não ganha nem biloca”. 

Infelizmente, a minha vida musical sempre esteve diretamente ligada aos estudos. Se eu ia bem na escola, tranqüilo. Caso contrário, nada de instrumentos. 
Novembro de 1997. Finalmente havia eu enfrentado a 8ª série. Para o meu desespero (e sossego geral da vizinhança), havia ficado em recuperação em Ciências (a partir desse contato inicial, eu passei a odiar Química pelo resto da minha vida. Reza a lenda que não abri o livro da detestada matéria uma vez sequer no ano de vestibular) e sonho da guitarra estava adiado. 
Insatisfeito e discretamente conformado, fui assistir a tal aula de Química. Lembro como hoje. 
O professor, se chamava João Roberto. Gerente de banco, dizia ele que ensinava por hobby. Mesmo com toda a boça atestada na narrativa de suas últimas viagens ao redor do mundo, era um professor bom e honesto. 
Chegando à primeira aula da recuperação – para variar atrasado – me deparei com João Roberto comentando a última prova: a que tinha me tirado do caminho da guitarra. Minha chateação era tamanha que não quis ver os comentários. Mas o professor, apesar de ensinar Química e ser botafoguense era sensato. 

“Luis Felipe, olhe sua prova. Pode haver algum erro de correção”. 

Meio sem vontade, segui os sábios conselhos. E não é que a minha prova havia sido corrigida de maneira errada. Não me lembro de números exatamente, mas era coisa de um ponto a menos. Exatamente a diferença que me faria passar. 
Resolvido o mal entendido, nota corrigida na caderneta, dedo estirado para o resto da turma, voei para casa. 
Não me importava se meu pai é a pessoa mais mal humorada do mundo na hora do almoço. Quando sentou na mesa, a primeira coisa que ouviu foi um: 

“Me dê o dinheiro. Eu não fiquei em recuperação. Pode me dar minha guitarra”. 

Explicado o sucedido, ele foi categórico. Me deu o dinheiro ali mesmo na hora, talvez mais interessado em me ver longe dali, do que pensando na minha felicidade musical. 
Passei a tarde entediado sem achar o cara que me venderia o motivo dessa capação de porco. À noite finalmente eu o encontrei e feita a negociação voltei feliz para casa. 
Mesmo sem uma qualidade sonora perfeita, a guitarra era mesmo linda. Uma Jennifer stratocaster anos 80, de cor vinho. 
Meu pai jamais poderia imaginar a capação de gorila que aquela aquisição causaria. De fato, meus companheiros de lar já estavam acostumados com o som do meu quase afinado violão. 
Mas uma guitarra elétrica sem amplificador, plugada no som da sala, falava um pouco mais alto que seu irmão acústico.

CONSTATAÇÕES DOS ÚLTIMOS DIAS

• A Praia de Pipa em época de feriados ou em qualquer ocasião que atraia muita gente de Natal é um lugar insuportável.
Quando recebi a notícia de que o Seu Zé iria se apresentar lá, fiquei feliz e puto ao mesmo tempo. 
Sinceramente, não vejo a menor graça em ficar a noite toda em pé em frente a um bar, rodeado de pessoas extremamente frescas em seus grupinhos isolados. Não vejo diferença alguma da Praia de Pirangi durante o veraneio. 
Agora então, que não é mais novidade para ninguém que o tráfico de drogas pesadas rola solto por lá, prefiro tomar banho na Ponta Negra dos italianos. 

• Minha sobrinha, Maria Eduarda, é o bebê mais inteligente que eu já vi.
Ela está com 1 ano e 6 meses e já sabe fazer coisas que eu só devo ter aprendido aos 10 anos. Geralmente, quando eu chego do estágio ela está na minha casa. Ontem ela estava brincando com aquelas pecinhas de encaixe. Só precisei fazer as combinações uma vez para que ela aprendesse. Definitivamente ela não puxou a mim. 

• A universidade vai deixar saudades.
Daqui a mais ou menos um ano eu devo estar me formando. Minha relação com o curso foi marcada por altos e baixos. Até agora tive uma dificuldade enorme para levar os estudos acadêmicos a sério. Tanto o fato de eu não ter certeza se quero lecionar ou trabalhar como pesquisador, quanto a minha ligação com a música, contribuem para isso. O curso de História da UFRN é muito bom, o departamento tem professores excelentes e eu sou apaixonado pela coisa. Mas, nesses quase quatro anos, eu não consegui ter uma seqüência legal de estudo. Empolguei-me e desempolguei muito fácil, como acontece com a maioria das coisas que me proponho a fazer. 
No geral, acho que sou um cara que tem boas idéias, idéias originais. Mas sou extremamente indisciplinado. Indisciplinado ao ponto de preferir fazer meus planos e trabalhos na base do individualismo para não correr o risco de prejudicar terceiros com a minha falta de compromisso. 
Mas mesmo assim, decidi dar tudo de mim para terminar o meu curso da maneira mais honrosa possível. Pela primeira vez vou deixar para trás aquela conversa que todo universitário tem consigo mesmo: “no próximo semestre eu vou melhorar, vou me esforçar mais”. Não posso mais me dar esse luxo. 
Quando tudo terminar, vai ser barra ter que abandonar o setor II daquela universidade. Vamos ver no que é que vai dar essa história. 

• Pela segunda vez na vida, rompi a barreira dos 60 kg: estou pesando 61.
Acho que a minha altura é algo em torno de 1m72. Segundo tabelas específicas, para uma relação harmoniosa entre o meu peso e a minha envergadura, eu deveria ter no mínimo 67 kg. Até pouco tempo atrás eu só havia rompido a barreira dos 60 kg uma vez. Dessa vez vou tentar manter esses gramas excedentes, já que almejar chegar aos 67 não passaria de uma utopia. 

• Banana com leite condensado, apesar de constituir-se numa mistura que inspira cuidados, é uma das melhores sobremesas que existem.
Estou completamente viciado nessa mistura. Quem me conhece bem – e nem precisa de tanto – sabe que o meu ponto forte não é o apetite. Mas ultimamente, essa comida simples tem me proporcionado uns gramas a mais (talvez aqui esteja a explicação para o incrível acréscimo de massa que sofri). 
Geralmente tenho ingerido a gororoba antes e depois do almoço, antes e depois do jantar e antes de dormir. Não é de se estranhar que o meu intestino tenha vivido um paradoxo sem precedentes. Ora, é sabido que qualquer derivado do leite, quando ingerido em excesso, provoca um amolecimento ou liquefação das nossas fezes. Já a banana, quando ingerida descontroladamente, tende a inspirar um endurecimento em nossos dejetos. 
Nesse contexto, e desde que descobri os prazeres dessa original sobremesa, não ouso mais olhar para dentro do vaso ao término do meu processo de digestão. 

ALGUMAS COISAS QUE QUERO COMPRAR HÁ MUITO TEMPO

• Uma agenda para compensar o meu esquecimento; 
• Um amplificador para baixo, novo; 
• Um macacão jeans; 
• Um tênis allstar verde; 
• A discografia completa dos Beatles; 
• Um discman que reproduza MP3; 
• Um gravador de CD; 
• O novo CD de Arnaldo Baptista; 
• Ticket estudantil (sempre esqueço de ver quando os meus passes acabam e tenho que pagar a passagem com dinheiro); 
• Um pacote turístico para a Itália; 
• Cuecas novas (as minhas se desgastam numa velocidade incrível); 
• Todos os episódios da sério Arquivo X em DVD; 
• Uma camisa do ABC (será que ainda vende?); 
• Um panelão daqueles que os homenzinhos usam para fazer batata frita na rua; 
• 10 sacos de Doritos; 
• 1 grade de bohemia; 
• O CD do Gram; 
• 1 bilhete da Mega Sena premiado 

Acabei de abrir minha carteira e constatei que ela não abriga nada mais que algumas notas de R$1 e um monte de moedas. Em seguida, decidi tirar um extrato da minha conta. Resultado: de crédito só tenho um débito de R$ 200. 

Portanto, já estou aceitando doações voluntárias. 
Para doar R$5, mande um e-mail para: [email protected] 
Para doar R$10, mande um e-mail para: [email protected] 
Para doar R$50, mande um e-mail para: [email protected] 
Para doar qualquer valor acima de R$50, ligue diretamente para mim: você deve ser a coroa que eu tanto procuro para terminar de me criar.