Em um lugar relativamente pequeno como a Ilha de San Andrés, com uma quantidade bem limitada de lugares para visitar, passamos a reconhecer uma série de pessoas que tínhamos visto em dias anteriores, ainda que não tenhamos trocado uma palavra sequer. Ontem isso aconteceu bastante, quando finalmente conseguimos fazer o passeio de barco que levava a outras duas ilhas menores, Johnny Cay e Rose Cay.

As embarcações que fazem esse roteiro saem de um cais localizado no Centro da ilha principal e, no nosso caso, levava cerca de 20 passageiros. Não sei se pela maré cheia ou por pura iniciativa do capitão do barco, o deslocamento até Johnny Cay foi “com emoção”, tal qual a modalidade ofertada pelos bugueiros de Genipabu. Durante todo o deslocamento, mais uma vez fiquei impressionado com a cor da água. Não chegamos exatamente a estar em alto mar, cuja referência de cor - aquele azul marinho super escuro - eu passei a ter após participar, como observador, de uma atividade de pesquisa do Projetos Mamíferos Marinhos do Rio Grande do Norte, que monitora as baleias Jubarte no litoral potiguar. Entretanto a distância da terra firme já era suficiente para trazer à superfície os meus instintos mais medrosos.


*Praia na Ilha de Johnny Cay. No horizonte, à esquerda, se vê a Ilha de San Andrés.

Ao chegar a esse primeiro destino do dia, teríamos duas horas horas para explorar. Toda a areia dessa e da outra ilha para a qual iríamos mais tarde era coberta por pedras e partes soltas dos corais próximos, de maneira que se recomendava ir com algum calçado para diminuir as chances de cortes nos pés. Nina e Márcia usaram as Melissas que já tinham e eu precisei comprar um tênis com um solado de borracha, que provavelmente nunca mais voltarei a usar, mas que pelo menos custou pouco - algo em torno de uns R$ 30.

A dita praia principal, provavelmente por estar em maré alta, estava com águas bem agitadas, o que fez do banho uma brincadeira divertida com Nina. Impossível não pensar no imaginário sobre ilhas remotas e pequenas construído pela literatura e cinema desde pelo menos o Século XVIII, com Robinson Crusoe e passando pelo Naufrágo de Tom Hanks ou por Lagoa Azul, filme que marcou bastante a minha geração, seja pela premissa do roteiro ou pela presença magnética de Brooke Shields.

Tentamos explorar o restante de Johnny Cay, que deve ter cerca de 2 Km², com a maré alta uma parte da ilha estava inacessível pela praia.

Perto do horário de saída para a continuação do passeio, decidimos almoçar por lá. A minha impressão geral sobre a comida na Colômbia até agora, é que os pratos, sobretudo as carnes, são muito pouco temperados para o meu paladar e sensibilidade brasileiros. Com exceção dos ceviches, que pelos próprios ingredientes utilizados trata-se de um prato com muitos condimentos e sabores, os preparos baseados e pescados ou frango têm sido bem sem graça por aqui.

Continuamos no barco em direção ao Aquário Haynes Cay, que é mais ou menos como os parrachos do litoral do Rio Grande do Norte, e de onde se pode ir “caminhando” até a Ilha Rose Cay. O local serve principalmente à observação do bioma dos corais, peixes como arraias e enguias.

No intuito de fazer fotos e vídeos e, principalmente, para usar o pagamento com os cartões virtuais, já embarcamos pela manhã com uma daquelas capas plásticas protetoras que servem para usar telefones na água. A nossa deu conta do recado até essa última etapa do passeio, quando Márcia, empolgada ao ouvir que uma arraia nadava por perto de onde ela estava, mergulhou para observar o peixe. O movimento fez com que entrasse água na capa e, provavelmente pelos altofalantes, o telefone também tenha recebido líquido, o que fez a tela ficar manchada e a o funcinamento do touch ficar estranho. Por um momento fiquei preocupado, pois vinha usando o aparelho para mapas, como meio de pagamento e outras formas mais óbvias de comunicação, mas logo desencanei e me dediquei a aproveitar os últimos momentos do passeio.

Amanhã será o nosso último dia aqui em San Andrés. As 17h voaremos rumo a Bogotá.

Algumas estatísticas do dia

  • Temperatura mínima: 25º
  • Temperatura máxima: 31º
  • Passos dados: 12679
    • Distância percorrida caminhando: 7,8 km

Tentei registrar as algumas das minhas impressões sobre essa viagem à Colômbia numa espécie de diário público. Segue o que escrevi nos dias anteriores: dia 10, dia 09, dia 08, dia 07.2, dia 07, dia 06, dia 05, dia 04, dia 03, dia 02, dia 01.

Todos esses pequenos relatos estão reunidos nessa página.