Atividades físicas
Diário de corrida - Dia 01
Flagrado por Marieta, irmã, ao esbanjar classe e vitalidade na Praia de Tabatinga
Dentre as atividades físicas que já tentei praticar mais assiduamente ao longo do tempo, a corrida certamente é aquela em que mais insisti. Pelo menos desde 2010 tenho algumas iniciativas espaçadas e algum tempo depois devolvo os tênis ao armário e vou procurar algo me premie mais rapidamente com dopamina.
Essa é uma questão que já significou um tabu difícil de lidar por esse que escreve. A falta de constância na corrida e os sucessivos reinícios nessa prática esportiva chegou inclusive a reforçar em mim a identidade de alguém que não finaliza os projetos que inicia ou que é incapaz de praticar uma esporte, que não seja futebol, por muito tempo. Vez ou outra, inclusive, foi questão que levei para a terapia.
Uma das estratégias que lancei mão na tentativa de fazer da corrida um hábito, foi escrever sobre em outras encarnações desse blog. A ideia era tentar extrair compromisso ao publicizar as minhas intenções de atleta. Não vingou também.
Acontece que a terapia funcionou e não me frusto mais com possíveis (e prováveis) inconstâncias na minha carreira de corredor. Nesse início de 2023, mais uma vez passando os primeiros dias anos do ano na Praia de Tabatinga, trouxe roupas e tênis de corrida para me mexer um pouco e tentar minimizar os efeitos em meu corpo de pelo menos dois anos de uma grande negligência com a minha saúde, baseada em sedentarismo e péssimos hábitos alimentares. No meio da sessão de hoje pensei que seria uma boa escrever sobre o processo aqui. Dessa vez não mais buscando o peso de tornar pública a minha iniciativa, mas pelo simples fato de registrar para mim mesmo esse processo, os anseios e as pequenas vitórias. Sem cobrança.
A ideia é escrever sobre sessões de corridas aleatórias, trazendo fotos ou vídeos dos lugares em que estive, além de trazer algumas métricas geradas pelos aplicativos que uso para organizar a minha prática.
Eis os dados de hoje.
Tela do programa para 5k do app Get Running
Estou seguindo o programa do app GetRunning, que baixei quando comprei o meu primeiro iPhone, no final de 2010. Ele propõe o condicionamento para 5km de corrida ao longo de 9 semanas. Como eu já tinha noção prévia, comecei pela semana 3 e pretendo continuar nessa sequência até estar confortável para avançar à próxima.
Para registrar as corridas, importo as informações do GetRunning no RunKeeper. Dessa vez estou evitando o fator social do Strava.
Tudo acaba em pizza
Eis que depois de um sedentarismo de oito anos, volto a fazer uma atividade física com freqüência. Desde 1998, quando abandonei o judô, o mais próximo de esporte que faço é jogar sinuca esporadicamente e bater pelada vez ou outra. O fato é que desde que saí do tatame, me encontrava num sedentarismo sem fim.
Não tardou para que as primeiras conseqüências da minha escolha aparecessem. De janeiro de 2004 para cá, já passei por duas crises de tendinite no punho (com uma imobilização do mesmo), duas luxações no ombro (com direito a duas imobilizações) e um sem fim de outras mazelas, todas, claro, surgidas pelos meus hábitos não tão saudáveis.
Em minhas idas a diferentes ortopedistas, o diagnóstico de que os meus problemas têm relação direta com o sedentarismo, foi unanimidade. Unanimidade, também, foi a solução apontada por todos os médicos que procurei, para amenizar os meus problemas de saúde: academia. Meio que por indisposição, horários apertados e preconceito bobo, protelei bastante.
O preconceito a que me refiro diz respeito ao fato de, até então, eu não conceber a idéia de entrar numa academia para fazer musculação. Na realidade, eu só analisava essa questão do ponto de vista da estética. Como sempre fui satisfeito com a minha magreza e ossos em primeiro plano no corpo, não via sentido em passar horas levantando peso para tornear músculos e coisas do tipo. Até aí, sinuca e futebol regados à cerveja resolviam todas as minhas carências.
No fim de 2005, comecei a dar crédito às palavras da medicina e decidi procurar uma academia. Por coincidência, pouco tempo depois, o SeuZé e a Academia Hi-Fit fecharam uma parceria. Assim, na última segunda-feira comecei a atividade da qual tanto fugi.
Entre dores em quase todo o corpo, restou disposição para compensar todas calorias perdidas em um rodízio de pizza. Contudo, juro que não pedi nenhum chope.
Quando o prefeito esquece de ir ao estádio
Há um bom tempo venho refletindo sobre a atuação dos políticos com cargos majoritários no nosso estado. Uma conclusão a que cheguei sem muito esforço é a inexpressão do nosso atual prefeito. Quem acompanhou a última campanha, deve ter percebido que a sua eleição só foi possível graças à habilidade da governadora Wilma de Faria de criar alianças fortes.
De fato, Dona Wilma não perde uma eleição – seja concorrendo ao pleito ou apoiando alguém – desde que saiu vencedora das eleições de 1988, assumindo a prefeitura de Natal. De lá para cá, elegeu prefeito Aldo Tinoco em 1992. Foi eleita prefeita pela segunda vez em 1996 e reeleita em 2000. Em 2002 renunciou ao cargo em nome do vice, Carlos Eduardo, para se candidatar e eleger governadora. Finalmente, nas eleições de 2004, apoiou e foi a maior responsável pela reeleição de Carlos Eduardo Alves à prefeitura da cidade.
Seguindo uma das premissas básicas da política, tem uma máquina de propaganda eficiente coordenada pelo competente marketeiro Alexandre Macedo. Entretanto, parece não ter passado tais conhecimentos para o atual prefeito. O que menos se vê na gestão de Carlos Eduardo são propagandas dos seus feitos. Não se sabe, porém, se a explicação está na ineficiência da sua assessoria de imprensa, ou na insuficiência de ações que mereçam repercussão na mídia.
O fato é que com toda a sua apatia e timidez, o atual prefeito segue governando meio que à surdina, na sombra da governadora. Não deve ser raro que uns muitos natalenses mais desavisados não saibam nem o seu nome. O cara consegue ser tão inexpressivo que não serve nem para se falar mal. É fato que a vice-prefeita, Micarla de Souza, consegue ter mais notoriedade do que ele. Se bem que, em pouco tempo, é bem provável que tal visibilidade possa se dar de maneira independente, visto que a relação entre os dois não está lá tão boa.
O prefeito aparece tão pouco que nem a oposição – atualmente configurada nos seus desafetos políticos de família (isso mesmo! A sua trajetória política é tão peculiar que ele tem a própria família, os Alves, como adversários políticos) e na pessoa de Luiz Almir – tem matéria-prima para se opor à gestão da atual prefeitura.
Meio que atestando o que foi escrito até aqui (e esse exemplo vai além da opção de torcedor deste com vos escreve), Carlos Eduardo Alves, ao contrário da governadora Wilma de Faria, do presidente da Câmara dos Deputados – Robinson Farias e de muitas outras autoridades, não esteve presente na inauguração do Frasqueirão, estádio do ABC Futebol Clube. Em seu lugar, Rogério Marinho, presidente da Câmara dos Vereadores, foi enviado como representante.
Que a torcida do ABC é grande, todos sabemos. Mas, é preciso mais que patrocinar iluminação de estádio e encontrar com as câmeras de vez em quando, para se firmar na política.
Se o prefeito pretende concorrer às eleições de 2006, que trate, urgentemente, de rever a propaganda da sua gestão, ou, quem sabe, reformar o Machadão.