Para quem usa Claro, o 3G/4G no pós-pago é bom? Internet estável? Vale a pena migrar da Vivo?

Hoje começa mais uma temporada da Banda Café, no Bar 294. Pontualmente às 20h.

Mais uma declaração de Woody Allen a Dostóievski. Pela média no IMDB, esperava menos do filme. Um dos melhores da última safra do velhinho.

Dia 09 de janeiro tem SeuZé e Hazamat, no Ateliê. Festa massa com os chapas paraibanos lançando um segundo disco lindo.

Mais informações no link abaixo.

Há algumas semanas gravei duas músicas para um projeto da Caçamba Imagens

Hoje saiu o primeiro vídeo. “Amor à Milanesa”, canção que está no disco de estreia do Forasteiro Só.

Valeu pelo convite, Diogo Martins e Clóvis Neto. =)

Pra mim Nelson Cavaquinho foi um dos grandes da música brasileira. Sou louco por várias músicas dele, mas a minha preferida é “Luz Negra”.

A convite do grande Rodolfo Rodrigues gravei uma versão minha para essa pérola do cancioneiro nacional.

O vídeo saiu ontem pelo Elefante Sessions.

Aperte o play!

Construção

O disco e a música são de Chico, mas a saudação é para Rogério Duprat. Conheci melhor o maestro quando mergulhei fundo na discografia tropicalista, principalmente os primeiros dos Mutantes e o disco-manifesto “Panis et Circenses”. Na minha opinião, Duprat está no mesmo patamar de criatividade e genialidade que os compositores mais famosos para quem ele arranjou.

A orquestração que ele fez para Construção (a música) é tão impactante e poderosa que mais parece uma música dentro de outra. Tem vida própria. Já faz um tempo que quando boto esse disco no player só consigo dar atenção o arranjo fenomenal do maestro.

Experimente ouvir essa música esquecendo um pouco da letra e melodia de um gênio para que o outro gênio aflore.

Amigos da música que estão com dificuldades pra encontrar o edital de seleção (a remunerada) para os shows do Natal em Natal, segue o link: www.blogdafuncarte.com.br/festival-…

Não poderei inscrever nem o SeuZé, nem o Forasteiro Só, porque o edital não permite funcionários da prefeitura. Exigem CNPJ, mas recomendo fortemente a quem quer concorrer em editais ou convocatórias públicas que tire um MEI. O processo é descomplicado e as taxas são baixas.

Compositor de 5ª série

Tenho o hábito de eventualmente fazer pesquisas no Google sobre citações aos meus projetos musicais espalhadas pela grande rede. Quase sempre encontro textos sobre discos que eu lancei e ainda não tinha lido. Mas, de vez em quando retorno à textos antigos sobre o SeuZé, que eu já conhecia.

Na semana passada, enquanto fazia a referida pesquisa, me deparei com críticas sobre o primeiro disco do SeuZé, Festival do Desconcerto, lançado em 2005. Esse foi o primeiro disco que gravei e lancei em uma banda e por isso tenho um carinho especial por ele. Mas não posso negar que não gosto de muita coisa que foi registrada ali, especialmente dos timbres. Também não gosto da forma confusa e mal processada com que misturamos as referências. Até acho que FeLL e Augusto fizeram um bom trabalho nas guitarras e Eduardo Pinheiro, que produziu o CD, conseguiu tirar um excelente som dos instrumentos deles. Mas, ouvindo hoje, acho o som da bateria e do baixo muito artificiais e comprimidos.

Enfim, o que quero afirmar com toda essa divagação é que consigo perceber que o álbum de debute do SeuZé é cheio de lacunas e deficiências e que eu entendo tranquilamente certas críticas negativas das quais foi alvo. Concordo que algumas letras têm poética simples e imatura. Hoje eu não batizaria uma canção minha com um nome tão direto e simplista como ”Antônio Conselheiro”. Mas essas são marcas do tempo e provavelmente daqui a 10 anos eu olharei para a minha produção atual com um olhar bem reticente.

Entretanto, uma crítica recorrente às primeiras musicas do SeuZé que eu ainda não consegui digerir é a que questionava o nosso direito de abordar temáticas ligadas àqueles esteriótipos tradicionais sobre o Nordeste: seca, sofrimento dos sertanejos, entre outras. O argumento? Somos playboys de classe média oriundos de centros urbanos.

De fato, hoje em dia tenho outras referências e preferências e não me interesso por escrever sobre o que escrevia no começo do SeuZé, mas não faço isso porque não consigo me identificar nos personagens sobre os quais escrevo. Essa linha argumentativa ignora um aspecto básico inerente à produção artística que é a representação, além de por o crítico numa posição complicada. Colocar em xeque o direito de um compositor abordar uma realidade na qual ele não está diretamente inserido levaria críticos de música a autorizarem poquíssima coisa a ser escrita.

Por exemplo, questionar o direito de Chico escrever canções sob o ponto de vista de mulheres simplesmente porque ele é homem, nos privaria do privilégio de ouvir pedradas como “Com Açúcar, com Afeto”, “Atrás da Porta” ou “Tatuagem”.

Reproduzo abaixo o trecho de uma dentre diversas críticas que analisaram o primeiro disco do SeuZé sob essa ótica.

Mais redonda em sua proposta, a banda potiguar Seu Zé vem colecionando elogios com seu promissor primeiro trabalho, Festival do desconcerto, um disco quase conceitual que também aposta na mistura rock/mpb e, a bem da verdade, acerta tanto quanto erra nos alvos em que mirou. […] A certa altura do disco, o ouvinte fica a se perguntar da legitimidade de letras como “eu vou partir, vou deixar meu sertão / com esperança na alma e enxada na mão”, entoadas por jovens de aparência tão classe média.

http://rockloco.blogspot.com.br/2006/09/como-era-gostosa-minha-mpb.html

O blog que menciono acima era administrado por uma turma que tocava um programa de uma rádio baiana. Mas o teor da análise se repetiu em textos e falas sobre o Festival do Desconcerto, vindos de Natal e de outros estados.

Refletir sobre essa questão no momento em que me proponho a trabalhar em uma nova leva de composições pode soar como uma forma de autodefesa antecipada, ou uma tentativa de justificar certas temáticas que eu venha a abordar. Não é. Sequer sei sobre o que escreverei, muito menos tenho um conceito a abordar nos esboços de canções que já encaminhei.

A primeira vez que entrei em contato com a noção de “eu lírico” foi numa aula ministrada para a minha turma de 5ª série, pela estimada professora de Língua Portuguesa, Ana Alice, no Colégio Salesiano de Natal. Obviamente não tinha noção àquela época de como me apropriaria daquele conceito de maneira mais prática. Lembrar dele agora é uma forma de me precaver de um dos principais males que podem acometer um compositor: a autocensura.

Aos críticos e colegas compositores que pensam diferente só tenho duas coisas a oferecer: o debate ou um livro de português da 5ª série.

Discos como atalhos

Entre 2008 e 2010 estive envolvido no meu mestrado em História. Na pesquisa que eu desenvolvi, tentei entender as mudanças na relações sociais decorrentes da introdução dos primeiros aparelhos reprodutores de música (fonógrafos e gramofones), no Rio de Janeiro, na primeiras décadas do Século XX. A fase em que eu tive mais dificuldade de concentração e foco foi durante a revisão bibliográfica. Eu precisava fazer leituras e tomar notas de praticamente tudo o que já havia sido escrito sobre a minha temática. O volume de leituras que já era grande, tornava-se enorme quando se juntava aos textos das disciplinas que eu estava cursando.

Diante da sobrecarga, cheguei perto de cair na tentação de me apropriar das ideias de comentadores. Explico. Não parecia muito mais cômodo e pratico do que ler tudo o que Mário de Andrade escreveu sobre música, repetir o que outros autores já concluíram sobre o modernista? Alguns chamam isso de plágio, outros de atalho intelectual. Resisti por pouco.

Lembrei dessa situação quando estava ouvindo hoje um compositor norueguês não muito conhecido no Brasil: Sondre Lerche. Conheci o escandinavo há uns 10 anos, a partir da indicação do amigo Ricardo Vilar. À época, acompanhávamos alguns blogs de download de música e costumávamos compartilhar com o outro o que achávamos interessante. A partir de então, passei a acompanhar tudo o que o músico lançou.

Depois de alguns meses sem fazer, ouvi novamente o disco “Two Way Monologue”, que junto de “Duper Sessions“, integra o meu top 2 do compositor.

Engraçado como a cada audição um disco nos revela coisas diferentes. Hoje, constatei que o Two Way Monologue é uma espécie de atalho musical, por conter referências bem digeridas a muita coisa boa da música pop anglo-americana dos anos 1960 para cá. Lá você encontra ecos de Beach Boys (arranjos de cordas e vocais que remetem ao Pet Sounds), Beatles, Dylan, tudo numa roupagem moderna e sem soar pastiche.

Essa é uma das grandes habilidades de composição e arranjo que eu ainda estou perseguindo: processar bem as referências e apresentar algo diferente a partir delas.

Ao longo dessa semana - a de debute desse blog - venho trabalhando numa parceria com Ticiano D’amore, que desde os primeiros esboços tem elementos de Bossa Nova, tanto na harmonia, quanto na rítmica. Estou satisfeito demais com a letra que Ticiano iniciou e com a melodia que estamos construindo, mas ainda não consegui pensar numa estrutura que fuja do clichê de bossa.

Vou deixar o disco do Sondre Lerche no meu player de música mais algum tempo para ver encontro o atalho certo.

Ficou curioso sobre o álbum que comentei? Compartilho agora: