Livros lidos em 2023.

Mais uma vez Haruki Murakami esteve entre os mais lidos do ano. Dessa vez com um romance em dois volumes e um não-ficção. 2023 também foi o ano em que uma leitura foi levando a outras. Foi continuando a explorar a obra de Alejandro Zambra, sobretudo Poeta Chileno, que finalmente cheguei a Natalia Ginzburg. Partindo de Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã, fui buscar outros títulos de Gabrielle Zevin e cheguei ao delicioso A Vida do Livreiro A. J. Fikry, que por sua vez me levou a Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong.

Mantendo a tradição, segue a relação de livros lidos ao longo do ano, com alguns comentários sobre os títulos que mais me chamaram a atenção:

Crônicas
Bob Dylan

Livro de memórias do bardo judeu romântico de Minessota focado na profissionalização da sua carreira com a chegada a Nova Iorque, em 1961, e dali em diante. Além dos relatos esperados sobre os bastidores da cena musical novaiorquina daquela época, traz reflexões do cantautor sobre a sua intencionalidade no trato com o folk americano e sobre as dificuldades que enfrentou para lidar com a cobrança por, sem escolha, ter ser tornado o porta-voz de uma geração.

O Assassinato do Comendador - Vol. 1
Haruki Murakami

Continuo na minha obsessão por Murakami. Nesse que foi um dos últimos títulos lançados no Brasil, o autor japonês mais uma vez desenvolve uma história repleta de referências à cultura ocidental, sobretudo à música de concerto europeia e ao jazz dos Estados Unidos, ambientada num contexto de realismo fantástico e gatos. Muitos gatos.

O Assassinato do Comendador - Vol. 2
Haruki Murakami

Continuo na minha obsessão por Murakami. Nesse que foi o último título lançado no Brasil, o autor japonês mais uma vez traz uma desenvolve uma história repleta de referências à cultura ocidental, sobretudo à música de concerto europeia e ao jazz dos Estados Unidos, ambientada num contexto de realismo fantástico e gatos. Muitos gatos.

Abandonar um Gato
Haruki Murakami

Aqui Murakami mobiliza memórias de infância e reflete sobre algumas das suas relações familiares - especialmente com o pai - enquanto evidencia muitos traumas do povo japonês que experienciou a Segunda Guerra Mundial e os seus desdobramentos no país. É também nesse livro onde o autor revela o que provavelmente é a origem da sua obsessão por gatos e da presença recorrente dos bichanos na sua obra.

Poeta Chileno
Alejandro Zambra

Em mais uma história ambientada em Santiago, me vi compreendendo uma série de referências a lugares, comidas e da capital do Chile, que pude experimentar nas duas vezes em que estive na cidade.

Da mesma forma, as pequenas piscadelas que Zambra dá aos leitores da sua geração (sou de 82, ele de 75), sobretudo ao citar músicas, bandas, e videogames mais universais e caros a quem cresceu nos anos 1980 e 1990 e estava minimamente atento à cultura pop daquele período, criam um vínculo que me parece bem mais natural do que em outras obras que lançam mão de referências generacionais, como Jogador Nº 1, de Ernest Cline.

Aqui escrevi mais a respeito das minhas impressões sobre Poeta Chileno.

Meus Documentos
Alejandro Zambra

Lado C: a Trajetória Musical de Caetano Veloso Até a Reinvenção com a BandaCê
Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes

Amanhã, Amanhã, e Ainda Outro Amanhã
Gabrielle Zevin

A Vida do Livreiro A. J. Fikry
Gabrielle Zevin

Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong
Hwang Bo-reum

Léxico Familiar
Natália Ginzburg

A Conspiração do Violino
Brendan Slocumb


Desde 2016 venho listando as minhas leituras anuais. Veja que livros foram lidos por aqui em anos anteriores: 2022, 2021, 2020, 2019, 2018, 2017, 2016.

Todos esses compilados anuais estão reunidos aqui.