Putas novas

Depois de um recesso para definir o meu futuro acadêmico, o Cabaret está reabrindo.

Antes de mostrar as novas putas e postar as idéias e percepções recentes, aí vai um upload do cafetão.

História

Estava nos meus planos concluir o curso ainda em 2005, mas deixei algumas leituras para muito perto do prazo final e a minha monografia não ficaria do jeito que eu quero. Assim, somente no meio de 2006 estarei entregando o meu trabalho de conclusão. A boa é que já me livrei das aulas. Só piso na UFRN para orientação, para pegar algum livro ou para conversar miolo de pote na cantina do setor II.

Não me recordo se já havia comentado em algum dos meus finados blogs sobre o fato de eu ter diminuído drasticamente a minha carga de leitura após entrar no curso de História, o que, à primeira vista, é meio estranho. Coincidência ou não, exatamente na iminência de receber o canudo e estar completamente desligado da universidade, estou bem empolgado com algumas leituras que tenho feito.

Música

Nos últimos meses tenho me envolvido muito com os meus projetos musicais.

O SeuZé está caminhando bem e a repercussão do primeiro CD está sendo muito bacana. Em breve começaremos a divulgação em massa fora do Rio Grande do Norte. Estamos trabalhando em canções novas que estarão nos shows em breve. Só voltaremos ao palco em 2006. Confira a agenda em www.seuze.net.

Há uns três meses, voltei para a Experiência Ápyus, banda da qual havia me desligado por compromissos – não honrados – com a UFRN. De lá para cá fizemos poucas apresentações, já que estamos mais concentrados e empolgados com a gravação do segundo trabalho. O projeto é bem ousado para uma banda independente. Estamos gravando um disco duplo e fazendo um vídeo release a partir de imagens capturadas nas sessões de gravação.

Também estou ensaiando com um projeto que em breve estará tocando blues de diversos períodos e artistas nos pubs de Natal. A banda é composta por músicos que são conhecidos pelos seus trabalhos com outras bandas. Segue a formação: Glay Anderson (Moby Dick) no vocal, Felipe Rebouças (Os Grogs) na guitarra, Cleo Lima (Revolver) na guitarra e voz, Lipe Tavares (SeuZé/Experiência Ápyus) no baixo e voz e Roosevelt (Boca de Sino) na bateria. O lançamento do projeto será na primeira metade de janeiro de 2006, no Budda Pub.

O Cabaret de Luxo não tem promoções de fim de ano, mas as putas são novas e o serviço está de volta. Aumente o volume do tango, tire a roupa e volte sempre.

EM BREVE

Desculpas pela ausência.
Assim que estiver quitado com as pendências acadêmicas, as atualizações do Cabaret voltarão ao seu curso normal.

Grato.

Cinema perto da tela não tem graça

O fato de nesse ano eu não ter sido tão assíduo em minhas idas ao cinema, não me tira o direito de protestar. É realmente uma pena saber que o Cine Natal Shopping fechou as portas. Já tinha ouvido falar que o Grupo Severiano Ribeiro havia declarado o fim das atividades das salas que mantinha no Natal Shopping. Mas, somente na última semana pude constatar, com os meus próprios olhos, o compensado branco que tomou o lugar das portas de vidro do finado cinema.

Não posso negar que tenho um apreço especial pelas coisas materiais, dos mais variados tipos. Mas, excetuando-se alguns poucos bares (em especial os que abrigam sinucas oficiais), o Machadão, o Colégio Salesiano e o meu quarto, nunca mantive ligação mais profunda com estruturas físicas. Eis que o velho clichê mais uma vez se anuncia: só valorizamos algo quando o damos por perdido. Quando vi que aquele lugar que me proporcionou sensações tão bacanas acabou, deu uma tristeza…

Tristeza maior ainda senti ao lembrar do fim do Cine Natal, assistindo o besteirol “Gigolô Europeu Por Acidente”, na sala 2 do Moviecom, no feriado de finados. Que sala de exibição minúscula! Que som ruim! Deu uma saudade grande das salas espaçosas do Natal Shopping. Espero ansioso que os grupos responsáveis pela construção das salas que estão para ser inauguradas no Midway e no Shopping Orla Sul não economizem tijolos e façam salas aptas a receber pelo menos três centenas de pessoas.

Cinema perto da tela não tem graça.

O SeuZé por mim

Uma das coisas mais complicadas de se fazer numa banda, com certeza é um release legal. É uma tarefa muito difícil conseguir passar, o mais parcial e sintético possível, o que é o grupo. Eu sempre tomei a iniciativa de fazer os releases das bandas em que toquei e nunca consegui ir além de um elogio de si mesmo, enqüanto banda.

Decidi comprar o desafio e escrevi o novo release oficial do SeuZé. O resultado está o mais factual, sintético e parcial que consegui.

Essa vai ser a primeira leitura que os produtores e mídia de fora terão da banda quando começarmos a enviar o CD para as outras regiões. Espero que gostem.

RELEASE
Antes de qualquer coisa o SeuZé é uma banda que toca música sem se preocupar com a amplitude de significações e abrangência de estilos que o nome música sugere. Se para alguns a diversidade musical pode implicar em falta de identidade ou personalidade, para os Zés a lógica é outra. E não poderia ser diferente. Ora, como esperar que quatro indivíduos com gostos e referências musicais completamente diferentes produzam um som uniforme que possa ser tachado ou enjaulado em determinado segmento?

É assim, na contramão do que geralmente ocorre com grupos em início de carreira – formados pelas afinidades – que, desde 2003 o SeuZé, originado em Natal, vem construindo um trabalho sólido a partir das diferenças dos seus músicos. A banda tem a consciência de que em arte não existe originalidade, no máximo pioneirismo. Tudo é referência, reinvenção. É nesse sentido que o grupo não teme assumir a influência que sofre de artistas que, por mais que aparentem não estar em sintonia ou contemporaneidade, se encontram na perpendicular do bom gosto.

O primeiro CD do grupo, Festival do Desconcerto, lançado pelo selo potiguar Mudernage Diskos, aponta para esse caminho: mais o assumir de diferenças e influências do que um projeto utópico de originalidade. No primeiro trabalho do SeuZé pode-se constatar, sem muito esforço, a ironia de um Noel Rosa ou Mutantes, a indignação de Chico Buarque e Radiohead, a melodia de Caetano Veloso e Los Hermanos, o peso do Sepultura e do Muse, a cadência de Luiz Gonzaga, B. B. King e Chico Science, ou ainda, e por que não, o imaginário de Stanley Kubrick.

Lipe Tavares, FeLL, Augusto Souza e Xandi Rocha vêm, nesses três anos de carreira, conseguindo firmar o SeuZé como um dos nomes mais representativos da atual música independente nordestina. Fato é que o grupo tem sido alvo de matérias da mídia especializada de diversos estados do Brasil. A participação da banda, no ano de 2005, em alguns dos mais importantes festivais do país, como a Feira da Música (CE) e o TIM MADA (RN), atesta o bom momento. Também são prova do reconhecimento que os Zés têm conseguido, as 8 indicações, que receberam, em 2004 e 2005, a uma das mais importantes cerimônias musicais do Nordeste, o Prêmio Hangar de Música.

A máxima do SeuZé é, sem dúvidas, a de fazer música sem se preocupar se ela vai se chamar samba, xote, rock, tango ou vai ser simplesmente anônima. Se ela tiver o apelido de bom gosto e soar doce aos ouvidos e se mostrar inteligente aos olhos, é c’est fini, fim de papo.

Discografia

  • SeuZé (Demo). 2003. Independente.
  • Coletânea Bronzeador Virtual (CD-R/Coletânea virtual). 2004. DoSol Records.
  • Realidade Não Tão Paralela (EP). 2004. DoSol Records
  • Coletânea Virtual Papa – Jerimum/Tim Mada 2005 (CD-R/Coletânea virtual). 2005. Rock Potiguar.
  • Festival do Desconcerto (CD). 2005. Mudernage Records.

O PRAZER ESTÁ NO VINHO. A VERDADE NÃO

Até os mais leigos em História devem saber que muitos dos costumes e práticas das sociedades ocidentais na atualidade são herança da civilização romana. Noções de direito, política são o que nos parecem mais óbvio. Por mais que a história possa ser seletiva, é fato a contribuição dos romanos para a formação do “mundo ocidental”.

Porém, há uma máxima dos nossos queridos antepassados, eternizada como verdade universal dos sem caráter, que eu discordo, modéstia parte, com autoridade para tal: “A verdade está no vinho”.

Aprecio um bom vinho como poucos devem fazer, mas não creio que haja algo de hipnótico na bebida que embalava os bacanais (cabarets de luxo antigos). Já passei por momentos em que o ritmo com que mantinha contato com etílicos beirava a dependência química. Hoje em dia até me vanglorio de estar em situação bem diferente, levando uma vida mais saudável. Mas, nunca, em todas as minhas aventuras e inúmeras sagas em que estive com o cérebro e o coração embebidos em álcool, me apoiei nisso para justificar alguma falha que tenha cometido. E olha que a quantidade de etílicos que já ingeri deve exceder o imensurável.

Já passei pelos diversos estágios da embriaguez e posso garantir, de pés juntos ou separados, fazendo um quatro ou um oito, que você é o que quer ser, esteja bêbado ou não. Estou de saco cheio de ver conhecidos e desconhecidos se valerem de uma desculpa tão chula para justificar as suas irresponsabilidades ou erros.

Eu me assumo como dotado de irresponsabilidade, impontualidade, esquecimento e outras mazelas. Mas essas são características minhas e não dizem respeito à bebida nenhuma. Falto com os meus compromissos, me atraso e esqueço de porquês e poréns, esteja são ou não.

Entendo que cada individuo possui a sua individualidade e características próprias, sendo um mais suscetível às conseqüências da embriaguez do que o outro. Mas, qualquer pessoa, sabendo não ter autocontrole suficiente para continuar sendo o que é quando sóbrio, assumindo uma cara a cada gole, ainda tem a opção de continuar um só: fechar a boca ao que lhe levar a sobriedade.

Não sou um historiador diplomado, de papel passado, e nem precisava ser para me atrever a reescrever a história. Para mim, o prazer está no vinho. A verdade não.

Cabaré em funcionamento

É me recuperando de uma LER no ombro direito e na reta final para a conclusão da minha monografia que abro as portas do Cabaret de Luxo. Esse espaço não tem outra ligação com o finado Papo Passado a não ser o fato de também ser escrito por esse que lhe dirige a palavra. Nunca consegui me empolgar de verdade com o meu antigo blog, eis que quando me bateu a vontade de escrever novamente, decidi criar esse espaço com novo layout, novo nome e hospedado em um novo servidor.

Já dei boas fuçadas e acho que vai dar para fazer coisas legais por aqui. O blogspot é bem funcional. Espero estar postando com uma freqüência bacana. Vista esporte fino e sinta-se à vontade para aparecer sempre por aqui. Se fizer calor, eu deixo tirar a roupa.

Repensando

Ontem à noite recebi a notícia de que o SeuZé foi confirmado para abrir o show de Felipe Dylon, no II Rio Grande do Rock. 

Desde a semana passada quando divulgamos a possibilidade dessa apresentação, muitas discussões aconteceram e outras ainda estão rolando. Foi quando parei um pouco para pensar. Por que diabos tanto burburinho para uma coisa tão simples? 

Há uns dois anos atrás, a minha opinião era bem diferente da de hoje em dia, mas acho que nesse ponto mudei para melhor. Acho extremamente ridícula a atitude de underground forçado que ainda paira sobre a cabeça de muita gente. Ser alternativo só por ser, sem na maioria das vezes nem acreditar nisso, é uma babaquice sem referências. 

Não precisa dizer que nós, integrantes do SeuZé, não admiramos a proposta sonora do cara, mas daí a nos recusarmos a tocar no mesmo evento que ele não tem nada a ver. Se fomos escalados para um Festival desse porte é porque o nosso trabalho está sendo reconhecido. Temos que fazer o nosso papel, que é um show bom e interessante. Definitivamente não somos de fazer doce.

Nunca fizemos o tipo de banda underground, pelo contrário, sempre fizemos questão de fugir de qualquer rótulo ou identidade forçada. A única coisa que queremos é fazer a nossa música, com a única intenção de que ela toque as pessoas. E longe de nós querer limitar esse público. Se forrozeiros e pagodeiros se identificarem com a nossa proposta ficaremos honrados e lutaremos para fazer com que eles continuem gostando. Contudo, para isso jamais iremos adequar o nosso som a nenhum formato. A recepção tem que ser uma conseqüência do que fazemos, nunca a causa. 

Dia 22 estaremos lá na Arena do Imirá, tocando para um público em sua maioria pré-adolescente, no mesmo dia que um cara que odiado pelos alternativos de opção. Mas faremos um show como qualquer outro, tocando as nossas composições e músicas que gostamos e que achamos que podem trazer algum conteúdo para quem as ouve. 

Aos alternativos por opção e undergrounds de plantão, paciência. Estou pouco me lixando para vocês.

VOS APRESENTO MARIA EDUARDA, MINHA SOBRINHA

Essa é Maria Eduarda, minha única sobrinha, que hoje está com 1 ano e 8 meses. Nessa foto ela estava com 7 meses (antes que perguntem, o de ventre avantajado é o meu cunhado). Por trás desse rostinho de bebê inocente está uma mente fria e maquiavélica e histórias para lá de inusitadas. Vou dar um aperitivo. 

  1. Quando finalmente ela conseguiu aprender a falar “mamãe”, uma surpresa, fez uma associação bem interessante. A mamãe dela não é apenas a minha irmã, mas todos os que estão cuidando dela em determinado momento. Assim sendo, a babá é mamãe, minha outra irmã é mamãe, até eu sou mamãe. Mas engraçado mesmo é vê-la chamando de mamãe três pessoas ao mesmo tempo, se for o caso de haver três indivíduos cuidando dela, simultâneamente.
  2. O nome de minha irmã mais nova é Marieta, Maria Eduarda a chama de Tatai; Meu nome é Felipe, Maria Eduarda me chama de Pity; O nome da boneca é boneca, Maria Eduarda não a chama de nada. 
  3. Há uns 4 meses, Maria Eduarda enfim ganhou o seu primeiro velocípede e logo tratou de alcunhá-lo de “Cococa”. Provavelmente alguma inflexão do termo “motoca”. Certo dia, estava eu brincando com ela e vendo um jornalzinho de anúncio de ofertas das Lojas Americanas. Em determinada página, havia várias bicicletas e velocípedes anunciados. De prontidão, Duda passou a gritar incessantemente: “Cococa, cococa, cococa, cococa”. Mas, interessante mesmo, foi vê-la engatinhar em direção á página do anúncio e tentar subir no velocípede que estava no papel. Vendo que não havia possibilidades concretas de montar em uma motoca de anúncio de jornal, ela olhou desolada para mim, como quem descobre a verdade sobre papai noel. Como eu sou um bom tio, passei algumas horas explicando para ela os porquês do ocorrido. Demos boas risadas, tomamos algumas bandejas de chambinho e ao final de tudo nos entendemos.

Enfim, é o que importa.

Mais ouvidas em 2004

RETROSPECTIVA MUSICAL 2004

Vamos tentar resumir o que as minhas orelhas possantes melhor captaram nesse ano que se encerra.

Top 10 álbuns (CD’s e LP’s).

The Beatles (White Album) – The Beatles. (LP) Durante muito tempo o famoso disco branco dos Beatles foi literalmente branco para mim. O vinil está na minha casa desde os anos 80, mas só em 2004 fui descobrir o seu real valor. Pelo fato de ser um disco duplo, a cada dia me apaixono por uma música nova. Hoje não parei de ouvir Rocky Racoon. Acho que todo ser vivo deveria ter esse álbum em sua discografia básica. 

The Queen is Dead – The Smiths. (MP3)

Não lembro de ter ouvido a banda antes desse ano. Meu primeiro contato com o The Smiths se deu numa festa no setor II da UFRN, a festa da vitrola. Entre vinis de Chico Buarque, Beatles e Geraldo Vandré, os da banda inglesa me chamaram a atenção. Baixei todo o álbum The Queen is Dead pela internet e me identifiquei muito com o som do grupo. Hoje em dia, no release do SeuZé, cito o som do The Smiths como uma das minhas influências. 

Madredeus – Antologia. (CD)

Conheci Madredeus há uns 5 anos, meio que por acaso. Fui deixar um tio no aeroporto e quando voltava no carro dele, encontrei o CD Antologia no meio de uma pilha de tantos outros. Pouco depois consegui achar para vender em uma loja, hoje extinta, no Natal Shopping. Somente nesse ano que se encerra pude entender melhor a música dessa execelente banda portuguesa liderada pela linda Teresa Salgueiro. A mistura de fado com arranjos de música clássica é muito linda. Sugiro as canções O Tejo e Haja o que Houver

Tropicália ou Panis et Circencis. (LP) Sem dúvidas um dos discos mais importantes da minha vida. Acho que nunca estive tão “preparado” para ouvir um álbum como foi com o manifesto do Tropicalismo. Antes de iniciar a audição, li biografias dos principais integrantes, além de um ótimo livro sobre o movimento. Quando ouvi as primeiras canções, sabia os porquês de ela estarem ali. Costumo dizer que esse vinil teve um dos melhores “Lado A” da história da música. As 6 músicas são simplesmente fenomenais. Pude comprovar também a genialidade dos arranjos de Rogério Duprat, o maestro que arranjava as músicas da maioria dos tropicalistas, sobretudo os Mutantes. Sinto-me obrigado a indicar o disco inteiro ao invés de uma ou duas canções. 

Secos & Molhados – 73/74 – Série Dois Momentos. (CD) Este CD que ganhei do meu amigo Hommer está entre os melhores presentes que recebi no ano. Os dois primeiros álbuns dos Secos & Molhados estão compilados em um único disco. O áudio foi remixado e remasterizado por Charles Gavin, dos Titãs. Inclusive outros discos clássicos como os primeiros do Barão Vermelho, podem ser encontrados nessa coleção. Além de um som bem inteligível o trabalho gráfico também compensa a aquisição. A arte dos encartes originais foi rediagramada para o CD. 

Hail to the Thief – Radiohead. (CD) Radiohead está sem dúvidas naquela seleta lista de bandas que eu faço questão de comprar tudo que vir, se estiver com grana na hora. Antes de pegar o disco eu já havia lido algumas resenhas. Quando finalmente comprei, pude constatar que estava diante de mais uma obra de arte da trupe do sir Tom York. O abuso de experimentalismo dos anteriores Kid A e Amnesiac parece mais contido. A presença de guitarras, apesar de não remeter ao Pablo Honey e ao The Bends, está mais evidente. Destaco as canções Sail to the MoonI WillThere There e Sit Down, Stand Up

Room of Fire – The Strokes. (CD) Apesar de não ser tão bom quanto o disco de estréia Is This ItRoom of Fire é trabalho acima da média e fez a banda nova-iorquina passar no teste do segundo disco. Cada vez que ouço The Strokes me surpreendo com a qualidade dos arranjos do guitarrista Nick Valensi. Indico as canções Reptilia e The End Has no End

Quem Viver Chorará – Fagner. (LP) Para quem pensa que Fagner sempre foi limitado a músicas piegas com temáticas que não iam além de dor de cotovelo, está muito enganado. O cearense tem um trabalho conceitual e músicas extremamente originais. Os arranjos de cordas desse disco, assinados pelo próprio Fagner e pelo guitarrista Robertinho de Recife, são excelentes. Os discos dos músicos nordestinos que foram produzidos até o começo dos anos 80 são todos muito bem arranjados e esse álbum é uma prova disso. Para se iniciar na parte mais desconhecida do trabalho de Fagner, sugiro: Revelação (apesar de ser composição de Clodo e Clésio) e Conflito

Saltimbancos Trapalhões (trilha sonora do filme) – Chico Buarque, Sérgio Bardotti e L. Enquiquez Bacalov. (LP) Essa obra-prima foi adquirida por mim meio que sem querer. Em algum dia do 1º semestre desse ano, saí ao Centro e ao Alecrim destinado a comprar alguns vinis. Eu tinha saído de casa alertado sobre um bom sebo que existia no bairro da feira da 9. Parecia que todas as pessoas que tentavam me explicar onde ficava o tal sebo, acabavam por me levar para mais longe. Parei numa banca para tomar uma água quando percebi que apesar de não ser o lugar que eu procurava, ali era um sebo de vinis. A primeira visão que tive foi a capa desse LP. Comprei só por curiosidade e acertei em cheio. Até então, eu nunca havia parado para observar a qualidade das canções infantis, bem como dos seus arranjos. Destaco as canções Meu Caro Barão e Todos Juntos. Só para constar, Chico Buarque assina as composições e canta grande parte delas.

Collection – Nat King Cole. (CD) Esse foi o último a entrar nessa lista. Esse CD está em minha casa há cerca de 8 anos e sempre passou despercebido. Há algumas semanas, quando então eu me encontrava em atividade furtiva no quarto dos meus pais, entre outros, achei esse ótimo trabalho. Nesse álbum, Cole interpreta 30 canções em espanhol. Pela natureza dos arranjos e letras, parecem que as composições são em sua maioria mexicanas. É engraçado atentar para o sotaque carregado do cara, um espanhol cantado com forte pitada de inglês do sul dos EUA. Mas não é o bastante para abonar o produto final.

Um réveillon alternativo

Querendo fugir da mesmice do réveillon da Praia de Ponta Negra e levando em consideração que não tenho dinheiro suficiente para o meu tão sonhado passaporte para a Itália, decidi fazer uma festa da virada diferente. A presepada vai rolar na casa de praia da minha família, lá em Cotovelo. Abaixo segue o release do evento. Sinta-se convidado! 

RÉVEILLON EM COTUVELO: o melhor réveillon da sua vida acontecerá esse ano.

LOCAL: Tavares Beache's House, na Praia de Cotovelo. 

PACOTES PROMOCIONAIS:
SEXTA: R$ 10,00* 
SEXTA, SÁBADO E DOMINGO: R$ 20,00** 

* Esse valor inclui o buffet da sexta-feira à noite, salgados, água, sanduíches e refrigerante. 
** Esse valor inclui, além do oferecido na sexta-feira, o churrasco do sábado e o almoço do domingo. 
*** Bebidas alcoólicas não estão incluídas nos valores acima, mas são muito bem vindas. 
**** As outras refeições, como jantar e café da manhã, também não estão inclusas. 
***** A casa é relativamente grande. Portanto, todos os participantes estão convidados a se hospedar no local do evento, gratuitamente. Entretanto, aconselha-se que estejam munidos de redes ou colchonetes para fugir de imprevistos e maiores transtornos. 

A intenção é fazer com que a festa não se limite à virada do ano. Quem for tem a opção de ficar até o domingo e curtir bastante. Além de um repertório bem escolhido para o CD player, os presentes terão a oportunidade de ouvir, ao vivo, vários músicos se apresentando em JAM's, já que um pequeno som será montado para a animação de todos. 

INFORMAÇÕES:

Marieta Tavares - 9105-2899 
Lipe Tavares - 9988-9059 
Yvan Leite - 9969-3597 

Desde já, anuncio que a festa já está sendo um sucesso de procura. 

2004: O ANO MAIS MUSICAL DA MINHA VIDA

No final de 2003, quando finalmente pude fazer um balanço anual por meio de auto-reflexão e em seguida comecei a traçar meus planos e principais objetivos para 2004, decidi que iria tentar me esforçar para me dedicar à universidade e conter um pouco os meus impulsos musicais. Pobre ilusão. Com o calendário maluco da UFRN, até fevereiro desse ano eu ainda estava tendo aulas. Intencionalmente, mas sem muitas dificuldades, comecei a fugir do proposto anteriormente. 

Por outro lado, também sem que eu deliberasse nada, aos poucos a música foi roubando a cena e se tornando a minha maior prioridade. Nesse ano que está se encerrando eu finalmente consegui aceitar a música como o meu meio de vida, como a única atividade que eu consigo fazer sem reclamar e sem enrolar. Dois mil e quatro vai ficar marcado para sempre por ter sido o ano em que decidi que irei viver da minha música, seja como for. Nesse ano que está se acabando eu me iniciei em novos projetos e experiências interessantes. Vou tentar listar as principais: 

Seu Zé Batalhamos bastante para que a banda se consolidasse como uma das mais ativas e comentadas do estado. O ritmo de apresentações foi muito bom. Tivemos ótimas experiências em estúdio com a gravação do nosso primeiro álbum. E talvez o mais importante tenha sido o fato de eu ter me desenvolvido muito como compositor. Definitivamente esse foi o ano que mais compus, com qualidade. 

Experiência Ápyus Quando vi no blog de Marlos um anúncio de procura por músicos para acompanhá-lo em sua banda, respondi prontamente. Já conhecia o trabalho do cara desde o Brigitte Beréu e sabia que fazer parte dessa banda seria importantíssimo para o meu enriquecimento musical. De fato foi o que aconteceu. A mistura de ritmos que a banda propõe exige de nós músicos uma musicalidade considerável, além de termos que estar ouvindo coisas de estilos extremamente distintos. 

Trilhas Uma coisa que eu queria já ter feito há muito tempo mas não tivera oportunidade antes: compor trilhas para teatro ou curtas-metragens. Quando recebi o convite, aceitei de primeira, mesmo sem saber se conseguiria dar conta. Paulo, diretor do curta em questão me encomendou uma canção que de alguma maneira evidenciasse sentimentos de tristeza e melancolia. Compus a música Vila Solidão. Se você quiser ouvi-la mande-me um e-mail que envio. 

Free-lance Foi nesse ano também que iniciei meus trabalhos como músico free-lancer. Dentre as experiências as que mais me tocaram, cito um Tributo a Jackson do Pandeiro e um projeto de blues intitulado Babylon Blues.

Espero que em 2005 esse meu contato com a música se estreite mais ainda e que eu consiga sempre mais espaço e reconhecimento em meus projetos. Pelo menos lutarei por isso. 

Boas festas.

Constatações dos últimos dias

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tanley Kubrick foi mesmo um diretor diferenciado, para não dizer o melhor.</strong

No início desse ano decidi assistir filmes com uma metodologia. Procurei fazer, no meu lidar com o cinema, o mesmo que costumo fazer ao ouvir música. 
Quando cedi definitivamente aos benefícios da música digital e à possibilidade de conseguir discografias completas do mesmo artista sem desembolsar um vintém para tal, criei o hábito de só fazer o download de uma música se puder também baixar o restante do disco. Assim consigo situar a canção num contexto e não ouço de uma maneira alheia à idéia que os artistas se propõem a passar com os álbuns. Pelo menos penso que é assim. 
Por analogia, decidi que faria o mesmo com o cinema. Não assistiria só um filme, mas toda a filmografia dos diretores que mais me chamam a atenção. Foi assim que pude constatar de maneira prática a genialidade de Stanley Kubrick. Não é papo de fã incondicional. Todos os seus filmes são acima da média mesmo estando longe de serem conceituais. Não é nada fácil situar qualquer de suas obras em um único gênero. “O Iluminado” é somente um suspense? “2001, Uma Odisséia no Espaço” e “Inteligência Artificial” são somente filmes de ficção? 
Há duas semanas atrás consegui finalmente assistir a “Barry Lindon”. Era o que faltava para eu acreditar de uma vez por todas que Kubrick foi o diretor com o maior número de filmes excepcionais. 
Antes de começar a ver a filmografia completa de outro diretor (Quentin Tarantino ou Francis Ford Coppola), vou rever todos os filmes de Kubrick, agora em ordem de produção. 

Ter um home studio está entre os meus objetivos para o próximo ano.

A possibilidade de registrar as minhas canções na minha própria casa com uma qualidade apresentável sempre me seduziu. Desde que percebi que podia gravar o som do meu violão desafinado através do microfone do PC, me aventuro por essas praias. 
Entretanto, os limites que o meu computador impõe não me permitem ir muito longe. Ora, uma máquina com 64 MB de memória RAM, processador de 500 MHz e HD de 20 GB pedindo arrego, em dezembro de 2004, é uma vergonha tecnológica. 
Anteontem fui à casa de Marlos Ápyus para gravar o baixo da pré-produção do 2° disco da Experiência Ápyus. Foi mesmo uma experiência interessante. Em pouco mais de uma hora e meia, sem muita burocracia, concluímos o trabalho. O resultado está disponível para download em: [www.apyus.com/demo](http://www.apyus.com/demo). Saí de lá satisfeitíssimo e com muita vontade de ter um bom PC com uma placar de som legal. Se eu continuar no estágio ou com alguma fonte de renda fixa, no próximo ano pretendo fazer um upgrade no meu computador. 

The Beatles é realmente a maior banda de todos os tempos.

Acho que toda pessoa, em algum momento da sua vida morre de paixão pelos Beatles. Seja uma canção, um disco ou apenas os lindos rostos do “fab four” no início de carreira. 
Desde o ano passado, quando redescobri os vinis, estou tendo um maior contato com a música da banda. Tenho ouvido exaustivamente todos os álbuns e constatei que o impressionante é a quantidade de músicas excepcionais por álbum. No momento estou apaixonado pelo disco branco. Conhecido pelo público geral como “White Álbum”, na verdade o disco se chama “The Beatles”. Motivo: o conflito de ego entre os integrantes chegou a um ponto que não houve consenso nem para o nome nem para a arte da capa do álbum. O produtor foi categórico. Decidiu que o álbum se chamaria “The Beatles” e teria a capa completamente branca. Inclusive o caráter duplo do disco também foi resultante do conflito de ego entre os caras. Todos queriam que as suas canções entrassem no setlist. A solução foi gravar um duplo.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 8

Posso dizer, por experiência própria, que para alguém que almeja algo tocando algum instrumento, nada como começar tocando em alguma banda. O ritmo de ensaios e até mesmo o clima de novidade são fundamentais para um contato mais constante com o instrumento. Claro que é preciso ter bom senso para saber que não vai ser tão cedo que a primeira apresentação acontecerá. 
Fui um felizardo por ter tido essa oportunidade. Quando comecei a tomar gosto pelo contrabaixo e vislumbrei uma possibilidade de ser baixista profissional em um futuro distante, tive a sorte de estar começando o República 5. 
Em seus primeiros passos, a banda não sabia exatamente o que iria se propor a fazer. Nada mais natural. Éramos todos moleques, cujo conhecimento musical não ia muito além de músicas cifradas da Legião Urbana e a idéia de montar um grupo era muito recente. 
Começamos tentando tocar covers da Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso e afins. Confesso que nesse momento eu me mostrei muito tímido e pouco participativo. Não fazia nada além de tocar as músicas sugeridas pelos outros integrantes. 
Depois de um bom tempo de ensaios, eis que surge o convite para a primeira apresentação. A amiga de um tio de Carlinhos (baterista do República 5) nos viu ensaiando uma vez e resolveu nos iniciar na vida. No sentido musical, evidentemente. 
O problema é que na ocasião não tínhamos chegado nem a uma hora de repertório. Para uma banda iniciante, ávida pelo primeiro show, isso não seria um problema. Por esses tempos Fell era fã incondicional de O Rappa e sabia cantar todas as músicas do disco Rappa Mundi. 
Não poderia ser mais legal. Além do nosso primeiro show, também seria a primeira noite de improvisos da banda. 
Assim, em algum dia da última semana de dezembro de 1999, fizemos a nossa primeira incursão ao-vivo na música. Somados erros e improvisos nada interessantes, chegamos à conclusão que deveríamos ensaiar mais um pouco antes de tocar de novo. 
Mas já era tarde, duas semanas depois estaríamos fazendo apresentações na Praia de Zumbi e começando a aprender com os próprios erros

NÃO RECLAME SE EU SOU SEDENTÁRIO E NÃO PRATICO ESPORTES

Há um tempo, quando eu devia ter uns 15 anos e ainda sonhava em ser jogador profissional de futebol, tive a chance que esperava para chegar ao estrelato. 
Não importava se até então eu havia reprovado em todos os exames para a equipe de futebol do colégio, ou se eu era reserva do time de futsal da minha rua, mesmo levando em consideração que o meu pai era o técnico. Eu estava decidido participar do “peneirão” do Vitória da Bahia, naquela manhã de domingo. 
Se não me falha a memória, fiquei sabendo da notícia através do globo esporte do sábado anterior. Corri e pedi o aval do meu pai para tal empreitada. 
No dia anterior, mal consegui dormir. Passei a noite pensando como seria a minha nova vida em Salvador. Já tinha até traçado o meu caminho: após passar no peneirão do vitória, ficaria naquela equipe por mais 3 anos; aos 18 seria contratado pelo Corinthians, e dois anos depois pelo Vasco; aos 20 anos, começaria a receber propostas dos maiores clubes da Europa, mas só aceitaria a milionária que o Real Madrid faria; participaria da copa de 2002, sendo eleito o melhor jogador e no ano seguinte abandonaria o futebol para trabalhar como garoto propaganda das maiores marcas do planeta. 
A reação da minha mãe, ao receber a notícia que eu participaria do teste, foi bem interessante. Não esperou muito e foi falar com o meu pai: 

- Luis, não deixe esse menino ir fazer esse teste. Imagina se ele passa e vai ter que morar fora. Ele não vai se acostumar, eu não vou me acostumar... 
- Calma, mulher. Não se preocupe! Eu assino embaixo. Não é dessa vez que ele vai morar fora de casa. 

De fato, as expectativas do meu pai se confirmaram. Já no “peneirão”, joguei exatos 10 minutos, pois assim com eu, cerca de 100 garotos foram ao campo de futebol da UFRN com o estrelato como objetivo. 
Voltei para casa cabisbaixo, mas já possuía um violão para o meu consolo. 
Hoje em dia ataco como peladeiro profissional, apesar de não agüentar jogar mais que 30 minutos seguidos. 

WELCOME BACK

Não sei muito bem se superei o bloqueio criativo, mas como sou atrevido, e em virtude do lay-out novo, o Papo Passado está de volta. Queria agradecer a Adriana Amorim pela concepção do template. 
Volto em breve com algum post de verdade. 

Welcome back!

DESATUALIZANDO POSSO ME ORGANIZAR

Devido a um bloqueio criativo neste que vos escreve, esse blog encontra-se desorganizado e desatualizado. 
Assim que tal estado de coisas mudar, prometo novidades.

LIPE TAVARES EM NÚMEROS OU O TIPO MAIS BREGA DE POST

Três lugares onde se comer
• Fast Grill (do Natal Shopping) 
Para quem estava acostumado a almoçar pizza ou algum sanduíche do Pitts Burg, quando no Natal Shopping, o almoço do Fast Grill surgiu como redenção. O nome do restaurante é sugestivo, portanto, não é difícil perceber que a especialidade da casa é churrasco. Com R$ 10, dá para comer bem, beber um bom suco e estirar o dedo para os pizzaiolos da Mister Pizza e pro gerente do Pitts Burg. 

• Point do Pastel 
Localizado na Avenida Ayrton Senna, próximo à lombada eletrônica, o Point do Pastel é um espaço simples, mas com ótimos preços e grande variedade. Mais uma vez, seria redundante explicar a especialidade da casa. Os pastéis são enormes, muito bem recheados, feitos na hora e custam em média R$ 3. geralmente passo por lá todas as quintas feiras, por volta da meia-noite, após o ensaio da Experiência Ápyus. 

• Tanaka Lanches (da Bernardo Vieira) 
Faz um bom tempo que não vou lá, e segundo boatos, o lugar parece já ter fechado. Mas sem exageros, nunca comi sanduíches melhores do que os de lá. Seguindo o padrão da filial da Praça Cívica, os sandubas são enormes, mais ou menos do tamanho de um prato grande. Já tive oportunidade de experimentar as duas filiais e, na minha opinião, a da Bernardo Vieira é bem superior. Nunca vi um molho rosê tão bem preparado e um lanche tão bem cuidado. A média de preço dos sanduíches gira em torno de R$ 3 ou R$ 4. Vale à pena procurar saber se a lanchonete ainda está funcionando. 

Seis álbuns
• Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Mutantes, Tom Zé, Nara Leão, Torquato Neto e Rogério Duprat – Tropicália Panis Et Circenses 
• Mutantes – A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado 
• Radiohead – Ok Computes 
• The Beatles – Abbey Road 
• Madredeus – Antologia 
• The Smiths – The Queen is Dead 

Cinco Filmes
• Laranja Mecânia – Stanley Kubrick 
• Um Lugar Chamado Nothing Hill - Roger Mitchell 
• 2001: Uma Odisséia no Espaço - Stanley Kubrick 
• Os Guarda-Chuvas do Amor – Jacques Demy 
• O Iluminado – Stanley Kubrick 

Dez canções
• Balada do Louco – Arnaldo Baptista 
• Vicente Celestino – Coração Materno 
• While My Guitar Gently Weeps – George Harrisson 
• Terra – Caetano Veloso 
• Vila do Sossego – Zé Ramalho 
• Coffe & TV – Alex James 
• Why Worry – Mark Knopfler 
• Último Romance – Rodrigo Amarante 
• Sail to The Moon – Tom York 
• Chico Buarque – Desalento 

Quatro livros
• O Nascimento de Deus: A Bíblia e o Historiador – Jean Bottero 
• Uma História de Deus – Karen Armstrong 
• A Divina Comédia dos Mutantes – Carlos Calado 
• O Elogio da Loucura – Erasmo de Rotterdam 

Treze compositores
• Arnaldo Baptista 
• Samuel Rosa 
• Lulu Santos 
• Chico Buarque 
• Johann Sebastian Bach 
• Caetano Veloso 
• João Ricardo 
• Thom Yorke 
• George Harrisson 
• Paul McCartney 
• Renato Russo 
• Herbert Viana 
• Beethoven 

LIPE TAVARES: UM SER ANACRÔNICO


Desde muito pequeno, sempre tive a estranha sensação de que eu nasci na época errada. Definitivamente, os meus gostos e convicções não se enquadram muito bem nos padrões atuais. Mas não foi tão cedo que pude constatar esse fato com tanta certeza. 
Já fiquei meio preocupado quando a minha família ou alguns amigos me censuraram ao me verem sentado no terraço de casa, sozinho, ouvindo chorinho e tomando cerveja. Ou me chamavam de velho ou questionavam sobre o meu estado emocional. 
Já me preocupei muito quando fui censurado ou reprimido por alguém, mesmo que por pequenas piadas, ao ouvir Noel Rosa ou Madredeus. 
Nem sempre, fazer uma coisa que se gosta, sem se preocupar com o que os outros vão pensar, é sinal de breguice ou dor de cotovelo. 
Depois de tanto me preocupar, e, mesmo sem levar em consideração as tais repressões ou censuras, tentei achar um sentido para isso tudo. 
Sem querer fazer o tipo do alternativo, do diferente, percebi que, mesmo que inconscientemente, tendo a relutar contra os padrões e modismos que são impostos. Se tem uma coisa que acho legal em mim, é conseguir fazer a grande maioria das coisas por mim, sem pensar no que os outros vão pensar. Claro que em algumas ocasiões não podemos fugir dos olhares alheios. Admito. Somos seres sociais (mamãe, ta vendo com as aulas de Sociologia fazem efeito?). 
Só para constar, acho que cerca de 90% das coisas que ouço, leio e, conseqüentemente, me inspiro são datadas antes dos anos 90. 
Confesso que sou extremamente dependente da tecnologia dos últimos tempos, em especial a Informática e a Internet, mas, para mim, os progressos tecnológicos são uma maneira concreta de acomodação do homem. No meu caso, essa lógica é extremamente cruel. Sou uma pessoa indisciplinada ao extremo e tenho muitas dificuldades para encarar os planos traçados, com força de vontade. Se tenho uma facilidade a mais para resolver meus problemas, me acomodo na mesma proporção. 
Por isso, creio que se eu tivesse vivido entre os anos 60 e 80, seria uma pessoa mais esforçada, mesmo que por pura pressão ou carência de subsídios. Também, ser contemporâneo dos meus ídolos musicais, literários e ideológicos, que se configuram nos meus verdadeiros gostos, seria um estímulo e tanto. 
Como uma viagem no tempo continua inviável, continuarei anacrônico mesmo, com a rola no presente e os ovos no passado.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo. Parte 7

O baixo que eu havia tomado emprestado era meio desprovido de beleza, mas tinha um sonzinho até legal. Mas o mesmo problema que passei com a guitarra, passaria com esse instrumento ligeiramente mais grave: a falta de um amplificador adequado. 
Mais uma vez, quem pagou o pato foi o meu velho aparelho de som 3x1 anteriormente danificado. (Danificado ainda está, mas através dele que ouço os meus vinis e CDs. Das três, uma. Ou eu parei no tempo, ou sou pão duro demais, ou sou endinheirado de menos para fazer um upgrade no meu reprodutor sonoro. Fique à vontade para construir o seu próprio desfecho.) 
Assim, e em virtude da minha característica de empolgação e desempolgação por minuto, não tardou para que eu achasse aquilo tudo um saco. Não tentei mais que 3 semanas, abandonei o baixo e só voltaria a olhar para ele em algum dia de julho ou agosto de 1999, mais ou menos um ano depois. 
Mais uma vez, Carlinhos foi o incentivador. Dizia estar montando uma banda e me queria como baixista. Contrariando uma idéia antiga – a de comprar um violino e um cavaquinho – há pouco tempo eu havia vendido a minha guitarra e comprado um bom violão Rampazzo. Não tinha vontade nem dinheiro para comprar um novo instrumento tão cedo. 
Assim, fiquei usando o baixo Gianinni Stratosonic emprestado por um bom tempo. 
Carlinhos sempre foi bem intencionado, mas, vez ou outra, aparecia com uma idéia meio fantasiosa. 
No primeiro ensaio da tal banda, nada de anormal (excetuando-se a anormal inabilidade dos músicos, evidentemente): um baterista, 2 guitarristas (um deles acumulando a função de vocalista) e 1 baixista. Não tardou, porém, para que o estado de anormalidade tomasse a cena. Com a entrada continuada de outros integrantes, a banda chegou à nada normal formação: 1 baterista, 1 baixista, 1 backing vocal, 3 guitarristas e 3 vocalistas (que tinham que disputar o posto com os guitarristas e o baixista). 
Por sorte, ainda restava um pouco de normalidade em minha essência. Eu e Carlinhos decidimos dividir os 9 integrantes em duas bandas distintas. É lógico que os integrantes de uma delas não receberia mais ligações para ensaios e afins. 
A escolhida findou com a seguinte formação: eu (baixo/backing vocal), Carlinhos (bateria), Gustavo (guitarra/backing vocal), Fellipe Cesar (vocal/guitarra) e Joaquim (backing vocal/pandeirola). 
Estava fundada a formação inicial do República 5, e plantadas as sementes de muitos sonhos. Muitos.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 6

Conheci Carlinhos aos 7 anos de idade. A gente jogou muito futebol e brincou de "Comandos em Ação" juntos. 
Pela vizinhança, não demorou para virarmos grandes amigos. 
Nossos primeiros passos na música foram juntos. Pensamos que tocamos em uma banda de pagode, aos 16 anos. E a partir daí não nos separamos mais (que romântico...). 
Quando decidi que iria vender minha guitarra para comprar um violino e um cavaquinho, ele foi o primeiro a tentar me convencer a não fazer isso. Tanto tentou que conseguiu. 
Certo dia ele me ligou dizendo: "venha aqui em casa que eu tenho um presente para você". Não levei mais que 20 segundos para estar batendo na porta da casa dele (fato não tão impressionante, já que até hoje moramos a 50 metros de distância um do outro). 
Chegando lá, e após seguir algumas instruções, fui até o quarto do cara com os olhos fechados. Ao abri-los, a grande surpresa: um contrabaixo elétrico Gianinni Stratosonic anos 80. No momento não entendi o que aquilo significava, e as conseqüências que aquele gesto traria. 
Observando o meu sorriso e a minha cara de satisfação ele falou: "Esse baixo é do meu tio, mas está parado faz um bom tempo. Ele é seu até que você compre um". 
Comecei a tentar aprender o instrumento, e ao contrário do que passei com o violão e com a guitarra, o desenvolvimento foi bem rápido. 
Mas eu não estava feliz. Não estava gostando de tocar baixo. 
Demorou para que eu deixasse de tocar o novo instrumento mais por obrigação do que por gosto. 
Era algum mês de 1998, eu havia vendido minha guitarra e trocado meu violão. Minha barba estava começando a fechar e eu estava começando a gostar de aprender a tocar baixo.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 5

Definitivamente, tocar guitarra era o meu mais novo sonho. Como já tinha algumas manhas do violão, os primeiros passos no meu novo instrumento não foram lá tão complicados, para mim, evidentemente. Conforme já relatado em algum capítulo dessa saga, a minha família já estava começando a se acostumar com os meus quase afinados dedilhados no violão, mas uma guitarra elétrica, sem amplificador, plugada no som da sala, fala consideravelmente mais alto. 

Quem me conhece bem, sabe que se houvesse uma frase para me resumir, essa seria: “Empolgação e desempolgação por minuto”. Não tardou para que eu me entediasse com isso tudo. 

A guitarra era muito linda, mas a sonoridade não fazia jus à beleza. Minha família é muito cordial, mas a gritaria não fazia jus à gentileza. 

Quando consegui finalmente estourar as caixas de som do meu velho aparelho 3 em 1 (que me serve até hoje, com as mesmas caixas estouradas), decidi que não queria mais aquela guitarra. 

Havia um tempo a música clássica entrara na minha vida através de Beethoven e Bach. Ganhei do meu pai uma coletânea do gênero com 10 CD’s, e corri feito louco à procura de documentários e biografias sobre os gênios que me conquistaram. Seguindo o meu lema “empolgação e desempolgação por minuto”, estava eu decidido a comprar um violino e aprender a tocá-lo. Mais ou menos nessa época, fui apresentado aos fascínios do chorinho, pelo meu pai. Não tardou para que Jacob do Bandolin e Waldir Azevedo também entrassem para o hall dos meus mais novos ídolos. Não tardou também para eu inserisse o cavaquinho no hall dos meus mais novos sonhos de consumo. Estava mesmo decidido a me tornar o grande solista da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte e o maior nome do chorinho brasileiro no século XXI. 

Eis que aparece um velho amigo para me salvar, ou não.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 4

Sempre fui muito mimado. Quando eu queria uma coisa, insistia até ganhar. Com a guitarra não foi diferente. Meu pai comeu o pão que o diabo amassou (e cagou) com essa história. 

“Não precisa mais insistir. Você vai ganhar sua guitarra. Mas se ficar em recuperação, não ganha nem biloca”. 

Infelizmente, a minha vida musical sempre esteve diretamente ligada aos estudos. Se eu ia bem na escola, tranqüilo. Caso contrário, nada de instrumentos. 
Novembro de 1997. Finalmente havia eu enfrentado a 8ª série. Para o meu desespero (e sossego geral da vizinhança), havia ficado em recuperação em Ciências (a partir desse contato inicial, eu passei a odiar Química pelo resto da minha vida. Reza a lenda que não abri o livro da detestada matéria uma vez sequer no ano de vestibular) e sonho da guitarra estava adiado. 
Insatisfeito e discretamente conformado, fui assistir a tal aula de Química. Lembro como hoje. 
O professor, se chamava João Roberto. Gerente de banco, dizia ele que ensinava por hobby. Mesmo com toda a boça atestada na narrativa de suas últimas viagens ao redor do mundo, era um professor bom e honesto. 
Chegando à primeira aula da recuperação - para variar atrasado – me deparei com João Roberto comentando a última prova: a que tinha me tirado do caminho da guitarra. Minha chateação era tamanha que não quis ver os comentários. Mas o professor, apesar de ensinar Química e ser botafoguense era sensato. 

“Luis Felipe, olhe sua prova. Pode haver algum erro de correção”. 

Meio sem vontade, segui os sábios conselhos. E não é que a minha prova havia sido corrigida de maneira errada. Não me lembro de números exatamente, mas era coisa de um ponto a menos. Exatamente a diferença que me faria passar. 
Resolvido o mal entendido, nota corrigida na caderneta, dedo estirado para o resto da turma, voei para casa. 
Não me importava se meu pai é a pessoa mais mal humorada do mundo na hora do almoço. Quando sentou na mesa, a primeira coisa que ouviu foi um: 

“Me dê o dinheiro. Eu não fiquei em recuperação. Pode me dar minha guitarra”. 

Explicado o sucedido, ele foi categórico. Me deu o dinheiro ali mesmo na hora, talvez mais interessado em me ver longe dali, do que pensando na minha felicidade musical. 
Passei a tarde entediado sem achar o cara que me venderia o motivo dessa capação de porco. À noite finalmente eu o encontrei e feita a negociação voltei feliz para casa. 
Mesmo sem uma qualidade sonora perfeita, a guitarra era mesmo linda. Uma Jennifer stratocaster anos 80, de cor vinho. 
Meu pai jamais poderia imaginar a capação de gorila que aquela aquisição causaria. De fato, meus companheiros de lar já estavam acostumados com o som do meu quase afinado violão. 
Mas uma guitarra elétrica sem amplificador, plugada no som da sala, falava um pouco mais alto que seu irmão acústico.

CONSTATAÇÕES DOS ÚLTIMOS DIAS

• A Praia de Pipa em época de feriados ou em qualquer ocasião que atraia muita gente de Natal é um lugar insuportável.
Quando recebi a notícia de que o Seu Zé iria se apresentar lá, fiquei feliz e puto ao mesmo tempo. 
Sinceramente, não vejo a menor graça em ficar a noite toda em pé em frente a um bar, rodeado de pessoas extremamente frescas em seus grupinhos isolados. Não vejo diferença alguma da Praia de Pirangi durante o veraneio. 
Agora então, que não é mais novidade para ninguém que o tráfico de drogas pesadas rola solto por lá, prefiro tomar banho na Ponta Negra dos italianos. 

• Minha sobrinha, Maria Eduarda, é o bebê mais inteligente que eu já vi.
Ela está com 1 ano e 6 meses e já sabe fazer coisas que eu só devo ter aprendido aos 10 anos. Geralmente, quando eu chego do estágio ela está na minha casa. Ontem ela estava brincando com aquelas pecinhas de encaixe. Só precisei fazer as combinações uma vez para que ela aprendesse. Definitivamente ela não puxou a mim. 

• A universidade vai deixar saudades.
Daqui a mais ou menos um ano eu devo estar me formando. Minha relação com o curso foi marcada por altos e baixos. Até agora tive uma dificuldade enorme para levar os estudos acadêmicos a sério. Tanto o fato de eu não ter certeza se quero lecionar ou trabalhar como pesquisador, quanto a minha ligação com a música, contribuem para isso. O curso de História da UFRN é muito bom, o departamento tem professores excelentes e eu sou apaixonado pela coisa. Mas, nesses quase quatro anos, eu não consegui ter uma seqüência legal de estudo. Empolguei-me e desempolguei muito fácil, como acontece com a maioria das coisas que me proponho a fazer. 
No geral, acho que sou um cara que tem boas idéias, idéias originais. Mas sou extremamente indisciplinado. Indisciplinado ao ponto de preferir fazer meus planos e trabalhos na base do individualismo para não correr o risco de prejudicar terceiros com a minha falta de compromisso. 
Mas mesmo assim, decidi dar tudo de mim para terminar o meu curso da maneira mais honrosa possível. Pela primeira vez vou deixar para trás aquela conversa que todo universitário tem consigo mesmo: “no próximo semestre eu vou melhorar, vou me esforçar mais”. Não posso mais me dar esse luxo. 
Quando tudo terminar, vai ser barra ter que abandonar o setor II daquela universidade. Vamos ver no que é que vai dar essa história. 

• Pela segunda vez na vida, rompi a barreira dos 60 kg: estou pesando 61.
Acho que a minha altura é algo em torno de 1m72. Segundo tabelas específicas, para uma relação harmoniosa entre o meu peso e a minha envergadura, eu deveria ter no mínimo 67 kg. Até pouco tempo atrás eu só havia rompido a barreira dos 60 kg uma vez. Dessa vez vou tentar manter esses gramas excedentes, já que almejar chegar aos 67 não passaria de uma utopia. 

• Banana com leite condensado, apesar de constituir-se numa mistura que inspira cuidados, é uma das melhores sobremesas que existem.
Estou completamente viciado nessa mistura. Quem me conhece bem – e nem precisa de tanto – sabe que o meu ponto forte não é o apetite. Mas ultimamente, essa comida simples tem me proporcionado uns gramas a mais (talvez aqui esteja a explicação para o incrível acréscimo de massa que sofri). 
Geralmente tenho ingerido a gororoba antes e depois do almoço, antes e depois do jantar e antes de dormir. Não é de se estranhar que o meu intestino tenha vivido um paradoxo sem precedentes. Ora, é sabido que qualquer derivado do leite, quando ingerido em excesso, provoca um amolecimento ou liquefação das nossas fezes. Já a banana, quando ingerida descontroladamente, tende a inspirar um endurecimento em nossos dejetos. 
Nesse contexto, e desde que descobri os prazeres dessa original sobremesa, não ouso mais olhar para dentro do vaso ao término do meu processo de digestão. 

ALGUMAS COISAS QUE QUERO COMPRAR HÁ MUITO TEMPO

• Uma agenda para compensar o meu esquecimento; 
• Um amplificador para baixo, novo; 
• Um macacão jeans; 
• Um tênis allstar verde; 
• A discografia completa dos Beatles; 
• Um discman que reproduza MP3; 
• Um gravador de CD; 
• O novo CD de Arnaldo Baptista; 
• Ticket estudantil (sempre esqueço de ver quando os meus passes acabam e tenho que pagar a passagem com dinheiro); 
• Um pacote turístico para a Itália; 
• Cuecas novas (as minhas se desgastam numa velocidade incrível); 
• Todos os episódios da sério Arquivo X em DVD; 
• Uma camisa do ABC (será que ainda vende?); 
• Um panelão daqueles que os homenzinhos usam para fazer batata frita na rua; 
• 10 sacos de Doritos; 
• 1 grade de bohemia; 
• O CD do Gram; 
• 1 bilhete da Mega Sena premiado 

Acabei de abrir minha carteira e constatei que ela não abriga nada mais que algumas notas de R$1 e um monte de moedas. Em seguida, decidi tirar um extrato da minha conta. Resultado: de crédito só tenho um débito de R$ 200. 

Portanto, já estou aceitando doações voluntárias. 
Para doar R$5, mande um e-mail para: liper5@yahoo.com.br 
Para doar R$10, mande um e-mail para: lipesz@yahoo.com.br 
Para doar R$50, mande um e-mail para: bandaseuze@yahoo.com.br 
Para doar qualquer valor acima de R$50, ligue diretamente para mim: você deve ser a coroa que eu tanto procuro para terminar de me criar. 

EXERCÍCIO DA CIDADANIA: DE DOIS EM DOIS ANOS

A cada dois anos, usufruindo a democracia da qual tanto nos vangloriamos, consolidamos a nossa cidadania através do exercício obrigatório do voto (a discussão sobre o caráter paradoxal da relação democracia x voto obrigatório, pode ser o assunto para um post futuro). 


Tenho constatado que a cada eleição, a despolitização cresce consideravelmente. Assim não é difícil explicar o surgimento de indivíduos, que se dizem candidatos, com propostas no mínimo inusitadas. 

Interessante mesmo é observar que através de tais propostas, do grotesco, esses indivíduos (cujo passado não importa, mesmo que inclua ligação e participação direta na consolidação de uma ditadura militar) acabam por tornar-se instrumento de protesto de classes que se dizem elite intectual e formadora de opinião. 

Dessa maneira, vejo-me no dever de me expressar da melhor maneira possível enquanto cidadão. 
Assim, a cada dois anos chega a hora do exercício da cidadania, que para mim consiste numa caminhada de cerca de 3 km, o suficiente para ir e voltar da minha casa até a zona eleitoral em que voto, a UnP da Nascimento de Castro. 

O processo eleitoral para mim, portanto, é muito importante, pois, através do exercício da cidadania, estou me prevenindo de inúmeras doenças e proporcionando o aumento da minha espectatica de vida. 
Estou certo que se o meu porte físico não fosse tão acanhado, eu conseguiria ir além.