A vida é estranha

Fazia tempo que eu não me envolvia com um jogo como aconteceu com “Life is Strange”.

Point and click básico, sem gráficos aloprados, mas com storytelling monstruoso. História mais bem contada do que muitos filmes bons.

ABC, Champions League e estafa de conteúdo

Hoje o ABC jogou pela Copa do Brasil e classificou-se após empatar com o Ceilândia, no Distrito Federal. 1x1. Agora enfrentaremos o Audax (SP), que despachou o Mequinha.

Ainda estou boquiaberto com a sapatada que o Barcelona levou do PSG. 4x0, em Paris. Pena não ter podido assistir esse jogo.

Na verdade, eu pude assistir um jogo queria, mas acabei sem fazê-lo. Botafogo X Olímpia, do Paraguai, pela Libertadores. Estava em casa, acordado, com o jogo passando na TV, mas a preguiça me dominou e passei a noite perdendo meu tempo fuçando besteira no celular. Tirei o app do Facebook do meu iPhone e iPad, no intuito de perder menos tempo com redes sociais, mas acabo me distraindo muito com o Twitter e o Instagram. Minha justificativa , nada convincente, é que o Twitter e o insta têm alguma nobreza que o Face não tem, ou conteúdo mais relevante. Mas, no fim das contas, fico meio zumbi fazendo scrolling nos apps, enquanto poderia estar lendo, vendo um filme, série, ou brincando com Nina. Talvez seja hora de fazer outro mutirão de unfollow ou simplesmente escolher outro app para apagar.

Também preciso parar de ficar mandando material para o Pocket, sem que eu consiga dar conta de ler tudo. Na verdade, ando me sentindo meio sufocado com a quantidade de coisas que acumulo para acompanhar. Kindle cheio de livros, MUBI, Amazon Prime e Netflix abarrotados de filmes, séries no Plex, centenas de livros físicos na estante, por ler, Xbox e Recalbox com centenas/milhares de jogos por começar.

Como filtrar tudo isso e chegar a um pretenso essencial?

Feliz 2017

Mais um início de ano em Tabatinga. Há bastante tempo não consigo ficar muito numa casa de praia sem que a vontade de voltar para a cidade (e ter os mimos tecnológicos por perto) apareça. Por outro lado, poucos são os momentos do ano em que consigo clarear a mente e pensar na vida com mais calma.

Feliz 2017!

Filmes vistos em 2016


Montagem automática gerada pelo Letterboxd com os pôsteres de todos os filmes que assisti em 2016

Desde junho desse ano, durante o Festival Varilux de Cinema francês passei a registrar os filmes todos os filmes que assisto, marcando o local em que os vi – em que cinema ou serviço de streaming – e atribuindo uma nota a cada película. Foi mais ou menos nesse período que passei a utilizar o Letterboxd, uma rede social/plataforma voltada para cinema. Além do fator social, de poder acompanhar o que as pessoas que você segue têm assistido e que impressões têm postado, o Letterboxd tem um sistema de estatísticas fantástico que gera dados a partir das películas que você registra por lá.

No meu year in review de 2016 a plataforma me avisa que assisti 31 filmes ao todo. Como só comecei a registrar a partir de junho, perdi o meu histórico anterior a esse mês.

Seguem abaixo algumas estatísticas geradas pelo Letterboxd para os filmes que assisti ao longo do ano.


Resumo 2016


Distribuição anual e semanal de filmes assistidos


Primeiro e último filmes assistidos em 2016


Filmes assistidos por país


Gêneros, países e idiomas


Diretores mais assistidos em 2016


Atores e atrizes mais assistidos em 2016


Tentarei reunir aqui no blog as estatísticas que o Letterboxd gera a cada ano.

Todos esses compilados anuais estarão reunidos aqui.

Livros lidos em 2016

A partir desse ano quero começar uma tradição por aqui: fazer uma relação de livros lidos ao longo do ano, com alguns comentários sobre os títulos que mais me chamaram a atenção. Em 2016, a coisa foi mais ou menos assim:

Diários de bicicleta
David Byrne

Escrevi especificamente sobre esse livro, aqui. Diários de Bicicleta foi uma das leituras mais prazerosas que fiz em muito tempo. David Byrne tem uma escrita cativante e a premissa de abordar tópicos como mobilidade e planejamento urbanos, cicloativismo, relacionados à atividade de músico do autor, me interessaram demais.

100 discos do rock poriguar para escutar sem precisar morrer
Alexandre Alves

Tem sido empolgante ver as publicações de livros sobre a produção musical potiguar se tornarem cada vez mais frequentes, seja vindos da academia, como Nos Tempos do Blackout, ou mais despretenciosas, como o título celabrativo DoSol 10 anos. O 100 discos do rock potiguar traz textos de Alexandre Alves, Alexis Peixoto, Hugo Morais, Olga Costa, Jesuino André Oliveira e Mr. Moo, sobre discos considerados fundamentais para a história do rock do Rio Grande do Norte. Festival do Desconcerto, disco do SeuZé, lançado em 2005, está no livro.

A arte de fazer um jornal diário
Ricardo Noblat

No meio da minha graduação em História pensei algumas vezes em mudar de curso. Jornalismo foi uma das áreas que cogitei algumas vezes para uma migração. Cheguei inclusive a cursar algumas disciplinas em Comunicação Social e a curiosidade e interesse sobre a área nunca se dissiparam de vez. Gostei da abordagem de Noblat, focada nos bastidores da profissão, passando por diferentes estágios da carreira do autor.

Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre a globalização
Franklin Foer

Livro precioso que aborda a relação entre futebol e sociedade, em diferentes contextos. Da ligação entre o ludopedio e identidade nacional na antiga Iugoslávia, passando pela relações de gênero no Irã em torno do futebol, uma leitura essencial para quem se interessa minimamente pelo esporte bretão além das quatro linhas, ou mesmo como referência para discussões sobre globalização.

Do que eu falo quando eu falo de corrida
Haruki Murakami

Meu debute na obra do romancista Haruki Murakami foi através de uma não-ficção, Do que eu falo quando eu falo de corrida é um ensaio em que autor japonês reflete sobre como se tornou um corredor dedicado e como a disciplina e método necessários para a participação numa maratona, são semelhantes às demandas para a atividade de escritor de romances. Fiquei obcecado pelo estilo de escrita de Murakami e agora estou avançando na leitura de 1Q84.

Correr: o exercício, a cidade e o desafio da maratona
Drauzio Varella

Na tentativa vã de buscar inspiração para me tornar um corredor mais ativo, cheguei a esse livro inesperado de Drauzio Varella. Assim como Murakami, Drauzio tornou-se um corredor frequente já na vida adulta e maratonista, após os 50 anos. Ainda não completei os meus primeiros 5km, mas recomendo fortemente esse livro daquele que alguns chama de Dr. Áuzio.

Dias de inferno na Síria
Klester Cavalcanti

Relato extasiante do jornalista que foi enviado à Síria como correspondente de guerra e acabou preso no país.

Conecte-se ao que importa: um manual para a vida digital saudável
Pedro Burgos

O título menciona vida digital, mas o livro de Pedro Burgos traz reflexões essenciais para a vida real, ao discutir o impacto das redes sociais e dispositivos móveis nos indivíduos e nas sociedades.

Jogador nº 1
Ernest Cline

Quando comecei a me dedicar à filmografia de Woody Allen, há 10 ou 12 anos, me questionei sobre as razões de eu me identificar com a maioria daqueles filmes. À época eu concluí que a explicação estava nas referências aleatórias - com Kant, psicanálise, antissemitismo, Marx, Freud, síndrome de impostor, que o diretor jogava nos diálogos, e que funcionavam como iscas para aquele estudante de História de então.

De certa maneira, o Jogador nº 1 teve um efeito semelhante em mim. À despeito da premissa de ficção baseada em realidade virtual e videogames, o livro é um apanhado de referências a nerdices e cultura pop dos anos 1980 e 1990 para fisgar marmanjos com mais de 30 anos, saudosos da sociabilidade nas locadoras de videogame e afins. Pois o marmanjo aqui mordeu a isca mais uma vez.

Master System: a história completa do grande console da Sega
Editora Europa

Em junho desse ano voltei a jogar videogame assiduamente após comprar um Xbox One e fiquei bem obsessivo em relação à temática, consumindo livros, podcasts e filmes sobre a mídia. Esse livro traz textos técnicos sobre o desenvolvimento do Master System e de alguns dos principais jogos, mas colocando sempre em perspectiva com o mercado, à época dominado pela Nintendo.

Super Nintendo: a história completa no melhor videogame da Nintendo
Editora Europa

O livro traz informações técnicas sobre o Super Nintendo e alguns dos jogos mais reconhecidos.

Meia-noite e vinte
Daniel Galera

Podcast: guia básico
Leo Lopes

Roberto Carlos em Detalhes
Paulo Cesar de Araújo

Sem Lugar para se esconder: Edward Snowden, a NSA e a espionagem do governo americano
Glenn Greenwald

Som do vinil: Clube da Esquina
Entrevista a Charles Gavin

Um brasileiro em Berlim
João Ubaldo Ribeiro


Como falei no início dessa postagem, pretendo fazer desses resmos de leitura uma tradição anual aqui no blog. Todos esses compilados estãrão reunidos aqui.

Mais ouvidas em 2016

Sem dúvidas as maiores descobertas musicais desse ano foram o Friendly Fire, de Sean Lennon, [A Mulher do Fim do Mundo](open.spotify.com/album/0I3… de Elza Soares e [Maravilhas da Vida Moderna](open.spotify.com/album/2Rd… do Dingo Bells.


Daqui pra frente, anualmente, pretendo fazer esse levantamento das mais ouvidas aqui no blog. As estatísticas estarão reunidas nessa página.

Da primeira vez, a gente nunca lembra


Fã diante da obra

Levei Nina para a sua primeira experiência no cinema. Uma reunião de episódios da Galinha Pintadinha.

A forte impressão que ela teve diante da potência sonora e do tamanho da tela quase resultou em assombração, mas logo foi contornada com Pipoca Bokus e chocolate.

Durante praticamente toda a sessão a sala de exibição foi exclusiva nossa. Somente passada quase uma hora de exibição, outra criança apareceu acompanhada dos pais.

Impressões sobre como os chilenos lidam com o passado autoritário


Estátua de Salvador Allende, no centro de Santiago (foto minha)

Ainda em êxtase com a visita que fiz ontem ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos, aqui em Santiago. O museu é focado na ditadura militar chilena, mas também denuncia situações de violação de direitos humanos em outras partes do mundo, incluindo o Brasil. O museu é imponente e extraordinário, e a mostra permanente sobre o regime militar no Chile é forte. Mas uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a velocidade com que aconteceram as comissões da verdade tanto no Chile quanto na Argentina.

No primeiro, já aconteceram três comissões ou formas similares de apuração dos abusos da ditadura, a primeira ainda nos anos 1990. Na Argentina a Comissão aconteceu ainda na primeira metade dos anos 1980. Por aqui parece que os chilenos tratam a questão de uma forma razoavelmente apartidária, não importando quem esteja no poder.

Reflexão importante num momento em que, no Brasil, o “Fla x Flu” político que vivemos tem levado muita gente ao absurdo de relativizar os abusos e violações da ditadura brasileira.

Além do museu, a comissão chilena criou outros espaços de memória e monumentos espalhados pelo país para que a reflexão sobre o regime não pare.

É o caso da foto desse post: uma escultura de Allende (deposto pelo golpe), que fica localizada no centro de Santiago.

Diários de Bicicleta

Nunca tive muita oportunidade para ouvir o Talking Head. Conheço há algum tempo as mais famosas da banda, como Psyco Killer e só.

Durante muito tempo David Byrne também passou despercebido por mim. Foi só com os lançamentos de Tom Zé e Mutantes no exterior, feitos por ele, e através das constantes citações feitas por Caetano ao artista escocês, que passei a nutrir uma certa curiosidade pelo seu trabalho.

Mas eis que o meu debute na obra do líder dos “Cabeças Pensantes” não se deu através de discos, mas de um livro.

Tenho usado um Kindle há quase dois anos e a Amazon me enviou como sugestão de livro “Diários de Bicicleta”, cuja sinopse despertou em mim uma grande curiosidade, mas, à época, suficiente apenas para adicioná-lo à minha lista de desejos. Eis que em janeiro desse ano, com uma viagem de férias marcada para Santiago, enquanto buscava opções de leitura para levar comigo, voltei ao referido livro e decidi baixá-lo no meu e-reader. Que grata surpresa!

Byrne usa bicicletas como principal meio de transporte desde os anos 1970, portanto bem antes de algumas cidades europeias hoje notabilizadas pelo esforço em desenvolver essa forma de mobilidade se destacarem. Ele faz questão de afirmar que não é um ativista da causa, mas os relatos apresentados no livro o contradizem. Tanto nos EUA, quanto na Europa, e mesmo na América do Sul (onde a discussão ainda engatinha, com exceção de algumas poucas cidades com Santiago e Bogotá) o escocês é frequentemente convidado a participar de congressos e outros eventos que estimulam o debate em torno da bicicleta como meio de transporte eficiente.

O título do livro é sugestivo, mas incapaz de resumir o seu conteúdo. Cada capítulo trata da experiência do autor em alguma cidade específica, seja em turnês com o Talking Head, em carreira solo ou em outros compromissos profissionais. Mas, muito mais do que uma mera descrição da sua experiência ao andar de bicicleta em cada um desses lugares (ele costuma consigo levar uma bike dobrável a cada viagem), David Byrne acaba fazendo uma discussão interessante e mais ampla sobre mobilidade urbana.

Não há como não remeter às recentes intervenções feitas em algumas cidades brasileiras, especialmente naquelas que sediaram partidas da Copa do Mundo. Desapropriações escandalosas e imorais; construção de novas pistas e viadutos com foco exclusivo na melhoria da mobilidade de automóveis e a completa indiferença quanto a um planejamento ao longo prazo do transporte coletivo e o amadurecimento de outras formas de transporte individual como a bicicleta.

A prefeitura de Natal até esboçou um projeto de criação de ciclovias e ciclofaixas na cidade, mas pecou em diversos pontos. Os espaços demarcados para trânsito de bicicletas são isolados, desintegrados do sistema de ônibus e das ínfimas linhas de trem. Além disso faltou um projeto de educação voltado para os motoristas de ônibus e carros, pedestres e para os próprios ciclistas sobre o uso dessas ruas agora compartilhadas.

De toda forma, pelo contato com o livro de Byrne e pela experiência em Santiago, no início do ano, aumenta por aqui a vontade de explorar mais as possibilidades do uso de bicicletas como meio de transporte.

Compositor de 5ª série

Tenho o hábito de eventualmente fazer pesquisas no Google sobre citações aos meus projetos musicais espalhadas pela grande rede. Quase sempre encontro textos sobre discos que eu lancei e ainda não tinha lido. Mas, de vez em quando retorno à textos antigos sobre o SeuZé, que eu já conhecia.

Na semana passada, enquanto fazia a referida pesquisa, me deparei com críticas sobre o primeiro disco do SeuZé, Festival do Desconcerto, lançado em 2005. Esse foi o primeiro disco que gravei e lancei em uma banda e por isso tenho um carinho especial por ele. Mas não posso negar que não gosto de muita coisa que foi registrada ali, especialmente dos timbres. Também não gosto da forma confusa e mal processada com que misturamos as referências. Até acho que FeLL e Augusto fizeram um bom trabalho nas guitarras e Eduardo Pinheiro, que produziu o CD, conseguiu tirar um excelente som dos instrumentos deles. Mas, ouvindo hoje, acho o som da bateria e do baixo muito artificiais e comprimidos.

Enfim, o que quero afirmar com toda essa divagação é que consigo perceber que o álbum de debute do SeuZé é cheio de lacunas e deficiências e que eu entendo tranquilamente certas críticas negativas das quais foi alvo. Concordo que algumas letras têm poética simples e imatura. Hoje eu não batizaria uma canção minha com um nome tão direto e simplista como ”Antônio Conselheiro”. Mas essas são marcas do tempo e provavelmente daqui a 10 anos eu olharei para a minha produção atual com um olhar bem reticente.

Entretanto, uma crítica recorrente às primeiras musicas do SeuZé que eu ainda não consegui digerir é a que questionava o nosso direito de abordar temáticas ligadas àqueles esteriótipos tradicionais sobre o Nordeste: seca, sofrimento dos sertanejos, entre outras. O argumento? Somos playboys de classe média oriundos de centros urbanos.

De fato, hoje em dia tenho outras referências e preferências e não me interesso por escrever sobre o que escrevia no começo do SeuZé, mas não faço isso porque não consigo me identificar nos personagens sobre os quais escrevo. Essa linha argumentativa ignora um aspecto básico inerente à produção artística que é a representação, além de por o crítico numa posição complicada. Colocar em xeque o direito de um compositor abordar uma realidade na qual ele não está diretamente inserido levaria críticos de música a autorizarem poquíssima coisa a ser escrita.

Por exemplo, questionar o direito de Chico escrever canções sob o ponto de vista de mulheres simplesmente porque ele é homem, nos privaria do privilégio de ouvir pedradas como “Com Açúcar, com Afeto”, “Atrás da Porta” ou “Tatuagem”.

Reproduzo abaixo o trecho de uma dentre diversas críticas que analisaram o primeiro disco do SeuZé sob essa ótica.

Mais redonda em sua proposta, a banda potiguar Seu Zé vem colecionando elogios com seu promissor primeiro trabalho, Festival do desconcerto, um disco quase conceitual que também aposta na mistura rock/mpb e, a bem da verdade, acerta tanto quanto erra nos alvos em que mirou. […] A certa altura do disco, o ouvinte fica a se perguntar da legitimidade de letras como “eu vou partir, vou deixar meu sertão / com esperança na alma e enxada na mão”, entoadas por jovens de aparência tão classe média.

http://rockloco.blogspot.com.br/2006/09/como-era-gostosa-minha-mpb.html

O blog que menciono acima era administrado por uma turma que tocava um programa de uma rádio baiana. Mas o teor da análise se repetiu em textos e falas sobre o Festival do Desconcerto, vindos de Natal e de outros estados.

Refletir sobre essa questão no momento em que me proponho a trabalhar em uma nova leva de composições pode soar como uma forma de autodefesa antecipada, ou uma tentativa de justificar certas temáticas que eu venha a abordar. Não é. Sequer sei sobre o que escreverei, muito menos tenho um conceito a abordar nos esboços de canções que já encaminhei.

A primeira vez que entrei em contato com a noção de “eu lírico” foi numa aula ministrada para a minha turma de 5ª série, pela estimada professora de Língua Portuguesa, Ana Alice, no Colégio Salesiano de Natal. Obviamente não tinha noção àquela época de como me apropriaria daquele conceito de maneira mais prática. Lembrar dele agora é uma forma de me precaver de um dos principais males que podem acometer um compositor: a autocensura.

Aos críticos e colegas compositores que pensam diferente só tenho duas coisas a oferecer: o debate ou um livro de português da 5ª série.

Discos como atalhos

Entre 2008 e 2010 estive envolvido no meu mestrado em História. Na pesquisa que eu desenvolvi, tentei entender as mudanças na relações sociais decorrentes da introdução dos primeiros aparelhos reprodutores de música (fonógrafos e gramofones), no Rio de Janeiro, na primeiras décadas do Século XX. A fase em que eu tive mais dificuldade de concentração e foco foi durante a revisão bibliográfica. Eu precisava fazer leituras e tomar notas de praticamente tudo o que já havia sido escrito sobre a minha temática. O volume de leituras que já era grande, tornava-se enorme quando se juntava aos textos das disciplinas que eu estava cursando.

Diante da sobrecarga, cheguei perto de cair na tentação de me apropriar das ideias de comentadores. Explico. Não parecia muito mais cômodo e pratico do que ler tudo o que Mário de Andrade escreveu sobre música, repetir o que outros autores já concluíram sobre o modernista? Alguns chamam isso de plágio, outros de atalho intelectual. Resisti por pouco.

Lembrei dessa situação quando estava ouvindo hoje um compositor norueguês não muito conhecido no Brasil: Sondre Lerche. Conheci o escandinavo há uns 10 anos, a partir da indicação do amigo Ricardo Vilar. À época, acompanhávamos alguns blogs de download de música e costumávamos compartilhar com o outro o que achávamos interessante. A partir de então, passei a acompanhar tudo o que o músico lançou.

Depois de alguns meses sem fazer, ouvi novamente o disco “Two Way Monologue”, que junto de “Duper Sessions“, integra o meu top 2 do compositor.

Engraçado como a cada audição um disco nos revela coisas diferentes. Hoje, constatei que o Two Way Monologue é uma espécie de atalho musical, por conter referências bem digeridas a muita coisa boa da música pop anglo-americana dos anos 1960 para cá. Lá você encontra ecos de Beach Boys (arranjos de cordas e vocais que remetem ao Pet Sounds), Beatles, Dylan, tudo numa roupagem moderna e sem soar pastiche.

Essa é uma das grandes habilidades de composição e arranjo que eu ainda estou perseguindo: processar bem as referências e apresentar algo diferente a partir delas.

Ao longo dessa semana - a de debute desse blog - venho trabalhando numa parceria com Ticiano D’amore, que desde os primeiros esboços tem elementos de Bossa Nova, tanto na harmonia, quanto na rítmica. Estou satisfeito demais com a letra que Ticiano iniciou e com a melodia que estamos construindo, mas ainda não consegui pensar numa estrutura que fuja do clichê de bossa.

Vou deixar o disco do Sondre Lerche no meu player de música mais algum tempo para ver encontro o atalho certo.

Ficou curioso sobre o álbum que comentei? Compartilho agora:

Música em versão beta

Em algum outro blog que já mantive durante um curto intervalo de tempo, falei que sou muito indisciplinado para compor. Tenho inveja de amigos compositores que conseguem experimentar uma rotina de criação constante, mas nunca consegui fazer o mesmo.

Em geral, eu componho por demanda. Foi assim com todos os discos do SeuZé e com o de estréia do Forasteiro Só.

Diante de um projeto com deadline determinado, eu costumo arregaçar as mangas e só paro quando atinjo a quantidade de canções necessárias para aquele disco. Acontece que esse método de criação me esgota. Vivo uma imersão tão intensa durante aquele período, que quando encerro o processo, não consigo mais pensar em compor pelos próximos meses. E aí, quando a ideia de um novo projeto ou disco surge, tudo recomeça, pois, entre um trabalho e outro, eu não consegui produzir aos poucos. Confesso que mais de uma vez já cheguei a adiar a ideia de fazer um disco pelo receio de entrar nesse frenesi que descrevi acima.

Eis que me pego novamente cheio de ideias que gostaria de transformar em canções. Cogitei usar esse apanhado de composições para um novo disco do SeuZé ou para um novo registro do Forasteiro Só. Até mesmo reuni coragem para considerar lançar algo realmente solo, assinando como Lipe Tavares. Independentemente da escolha, percebi que no fim eu acabaria caindo no mesmo problema do qual tenho tentado fugir desde que comecei a compor.

Então, estou tentando uma mudança de método: ao invés de partir do projeto, partirei das canções. Vou tentar reunir disciplina e organização para compor mais frequentemente e quando achar que tenho um recorte significativo desse momento de composição, ou à medida que as músicas forem surgindo, decidirei que rumo elas tomarão.

E é aí que chego ao sentido de ser desse blog. Escrever sobre o processo é uma forma de me motivar a fazer da composição parte da minha rotina, quase um hábito. Na verdade, espero que uma coisa alimente a outra, visto que, também,  nunca consegui escrever com a frequência que pretendo.

A ideia é que esse espaço funcione como um diário de composição mesmo. Pretendo falar sobre as ideias para letras, músicas e/ou arranjos. Eventualmente quero falar sobre o que tenho ouvido, lido e aproveitado como referência. Também tenho muita vontade - não necessariamente coragem - de ir soltando os esboços mais crus das canções, desde os primeiros rascunhos de letras, até os registros mais simplórios e toscos das músicas. Além disso, também espero falar um pouco sobre as ferramentas que utilizarei ao longo do processo: softwares e equipamentos de áudio e suportes para registro de ideias.

Outra razão de tornar esse processo público, é convidar quem esteja lendo a ser parceiro e contribuir com ideias sobre todos os aspectos da criação dessas canções.

O negócio por aqui é música em versão beta.

Listo abaixo meus perfis em algumas redes sociais que também serão alimentados com conteúdo sobre esse projeto.

Paris e frio de verdade pela primeira vez

Muito nova essa sensação de estar em um lugar tão longe e diferente de casa.

Chegamos a Paris ontem, próximo das 19h. Nosso voo saiu de Natal às 2h da madrugada e após 6h30 de viagem, chegou à Lisboa no começo da tarde. Desembarcamos para fazer a conexão que nos levaria à França e já tive a minha surpresa. Ao comentar com Márcia que o ar condicionado do aeroporto lisboeta estava muito frio, tive como resposta: “menino, isso não é o ar condicionado. É o frio da cidade, mesmo”. Até então as experiências em que eu mais tinha sentido frio foram no Rio de Janeiro e em Paraty, em 2008, e que não foram abaixo dos 15º.

Após a conexão, desembarcamos pouco depois em Paris, na noite de Natal, mais exatamente no Aeroporto de Orly, eternizado por Chico nessa bela peça.

Tomamos um trem até a Gare du Nord, e de lá, um metrô até as proximidades do hotel em que ficaríamos hospedados. A primeira impressão de caminhar pela cidade foi de estranheza, já que Paris estava deserta nesse 24 de dezembro. Tivemos alguma dificuldade para localizar a nossa hospedagem, mas após improvisarmos (sobretudo Márcia) no francês com um taxista e com alguns locais em um restaurante onde entramos para pedir informações, chegamos ao nosso destino. Fomos surpreendidos por uma francesa que nos ajudou com as direções quando, após dizermos que vinhamos de Natal, ela falar que já esteve em Pipa.

Após isso deixamos as bagagens, trocamos de roupa e saímos pra procurar um lugar para jantar, o que não foi assim tão fácil já que muitos estabelecimentos exigiam reserva prévia para a noite de Natal.

Chegando agora ao Aeroporto Augusto Severo. Daqui há algumas horas embarco com Márcia para a nossa primeira vez na Europa. Ao todo passaremos 24 dias entre a França, Itália, Alemanha e República Tcheca. Ansiedade à mil para conhecer o Velho Mundo.

Notinhas 4x1

  • Meio que vindo de encontro ao post anterior, ontem aconteceu uma invasão de sem-terras à Secretaria Estadual de Assuntos Fundiários e de Apoio à Reforma Agrária. Cerca de 200 membros do MST se instalaram nas dependências da secretaria, alguns deles portanto facas e pedaços de pau. Eles reivindicavam promessas não cumpridas de desapropriação de terras. Detalhe: as desapropriações são jurisdição do Governo Federal. Depois de despertarem o medo dos funcionários e a curiosidade da imprensa, partiram em marcha rumo ao INCRA, o lugar correto para os protestos. Já sabe. Se esse blog passar alguns dias desatualizado, considere a possibilidade de eu estar refém do MST.
  • Está cada vez mais insuportável parar nos semáforos da cidade. Raros são os cruzamentos que não abrigam aquela massa de desempregados sedenta para pôr a mão no seu pára-brisa. Ao invés de limparem os vidros eles acabam sujando tudo e, muitas vezes, danificam os limpadores dos carros. Em alguns sinais, como os que ficam em Ponta Negra, na rótula de entrada para a Via Costeira, vez ou outra aparece um carro da Guarda Municipal, o que faz com que os flanelas fujam em debandada. Já ouvi falar sobre alguns casos de mulheres terem sido assaltadas e de serem costumeiramente insultadas pelos ditos cujos. O pior de tudo é quando , vez ou outra, eu me pego desviando, inconscientemente, do caminho mais lógico para os meus destinos para evitar parar em sinais cuja abordagem é tida como certa.
  • A cada dia, a cada nova leitura, me surpreendo com a genialidade de Honoré de Balzac. Há uns dias comecei a reler Eugenie Grandet e estou me deliciando com as ricas criações de personagens feitas pelo francês que universalizou a expressão “mulher de trinta anos”. Quem ainda não conhece a obra do autor e está interessado a se iniciar nos trabalhos do gênio, aconselho começar por Pai Goriot e Eugenie Grandet, ambos fáceis de se encontrar e com leitura não muito densa. A coleção “obras-primas” da Martin Claret, que é bem acessível, editou esses dois livros há pouco tempo. A Biblioteca Central da UFRN também dispõe de um acervo generoso das obras de Balzac. Outra boa pedida é procurar pelo filme “Balzac, Uma Vida de Paixão”, que vez ou outra é exibido no Eurochannel e é estrelado por Gerard Depardieu. Fica a dica. Falo sério!
  • Cheguei a iniciar a leitura de O Código da Vinci, mas por falta de tempo não consegui progredir na obra. Sobre o filme, boa parte das críticas que li afirmam que ir ao cinema sem ter consumido a obra de Dan Brown não é uma boa pedida. Como são poucos os críticos que levo a sério, devo ir ver o filme antes da segunda tentativa de ler o livro.

As exceções das regras

No mês de agosto completarei três anos de trabalho no serviço público. Até agora, tem sido um período muito bom, de experiências e constatações interessantes.

O tempo que passei prestando serviços ao Estado foi suficiente para eu perceber que a imagem de serviço público que reina no senso comum não é uma regra. Tive a oportunidade de trabalhar numa pasta de governo extremamente comprometida e eficiente e, de certa maneira, me sinto responsável por ajudar a posicionar o Rio Grande do Norte como modelo nacional e internacional quando o assunto é políticas eficazes de reforma agrária.

É lógico que também pude constatar de maneira prática o porquê de o serviço público ser esteriotipado de maneira tão negativa. É de indignar qualquer poço de paciência, ver indivíduos se escorarem na ineficiência da fiscalização da máquina pública e – como dizem os antigos – não darem um prego numa barra de sabão. Para a minha surpresa, porém, essa realidade foi irrisória em 33 meses de experiência.

Uma coisa que pude observar e sempre me deixou bastante indignado é a possibilidade real de contenção de despesas do serviço público. É impressionante como os funcionários que detém cargos de chefia possuem regalias que oneram as contas públicas. Carros de LUXO e celulares à disposição. Se em cada pasta dos governos estaduais fosse feito um esforço no sentido de conter certos gastos, apareceriam recursos que faltam para pôr em prática muitos projetos. O pior de tudo é que essas regalias e gastos são tão comuns quanto legítimos. Não há contestação, nem mesmo peso na consciência dos beneficiados diretos. É tudo perfeitamente legal.


Outro dia, encontrei com um colega de faculdade no ônibus. Além de conversarmos sobre História e vida acadêmica, papeamos também sobre trabalho. Além de pretendente a historiador ele também é funcionário público. Mas as semelhanças com este que lhe escreve cessam aí.

O meu colega de faculdade tem um cargo de chefia, deve ganhar cerca de dez vezes mais do que eu e não parece se lembrar que existe um carro novinho à sua disposição, oferecido pelo povo potiguar. Seu automóvel estava no conserto e ele, deliberadamente, não viu problemas em tomar alguns ônibus e deixar os veículos do Estado quietinhos nos seus lugares.

Downloads para todos

Há alguns meses venho relutando contra a lerdeza do eMule e a instabilidade do Soulseek. Para a minha sorte, tenho baixado muita coisa legal por outros meios.

Há cerca de um mês recebi um convite para participar de uma comunidade excelente de troca de arquivos por meio de torrents (clique aqui) se não souber sobre o que estou falando), o Brasil Share. Na página da comunidade você encontra apenas os links que apontam para os arquivos que estão nos computadores dos usuários. A política de transferência que eles adotam é bem interessante e justa. Para continuar no grupo, os integrantes têm que compartilhar pelo menos a mesma quantidade que baixaram. Se você baixou dois filmes que juntos somam 2 GB, terá que compartilhar os mesmos 2 GB. Já peguei muita coisa boa. Nas últimas duas semanas baixei a 1ª temporada completa de ROMA (série recentemente exibida pela HBO) e os 5 primeiros episódios de Star Wars, além de alguns episódios de Lost. O único porém é que os cadastros só podem ser feitos por membros da comunidade. Se tiver algum conhecido com convite disponível, implore por um que vale à pena.

De tão empolgado com as possibilidades que o Brasil Share oferece, diminuí um pouco o ritmo de downloads de músicas. Mas, com a descoberta dos blogs de MP3, suponho estar voltando à mania de colecionar discografias completas de artistas com os quais me identifico.

A partir do momento em que as grandes gravadoras se valeram de recursos jurídicos para tentar conter os prejuízos causados com a difusão dos arquivos MP3s e similares, proibindo o funcionamento de sistemas como o Napster, uma ótima solução para quem não quer se privar das benesses dos downloads de músicas, são os blogs de MP3. Os usuários desses blogs aproveitam os serviços gratuitos de armazenamento de arquivos como o Mega Upload e o Radid Share, transformam em MP3 os seu antigos e raros LP’s – em alguns casos CD’s – e postam em suas páginas os links para o bem-bom.

Seguem abaixo alguns links para bons blogs de MP3 que já encontrei:

Aproveite!

Compromisso público

Quando ingressei na UFRN em 2001, desconhecendo as possibilidades de trabalho que o curso de história poderia me proporcionar, estava decidido a ser um especialista em Arqueologia e na História do Egito. Viajar para o Cairo e adjacências e descobrir restos mortais de antigos faraós, estavam entre os meus projetos de trabalho.

O tempo foi passando e a cada disciplina que me despertava o interesse, o projeto de vida mudava. Várias foram as áreas de atuação que me seduziram.

Meio sem perceber, meio sem querer aceitar, aos poucos, como uma amante implacável, a música foi me desviando o interesse pela vida acadêmica. O resultado foi um curso mal feito e totalmente improvisado. Depois que tranquei a primeira disciplina, ainda no segundo período de curso, sucederam-se uma série de abandonos e desistências. Outro dia, quando peguei um histórico, bateu uma tristeza ao ver a seqüência de trancamentos e reprovações por falta.

O pior de tudo não são as estatísticas em si, mas o fato de eu me sentir preso durante todo esse tempo por me sentir ligado à UFRN. Não me sinto totalmente à vontade para investir em outros trabalhos e projetos, sabendo que a minha história acadêmica ainda não acabou. Tudo só acontecerá de verdade depois da conclusão: concursos públicos, estudo de música. O mais complicado é observar que apesar de oficialmente ligado à universidade, mal gasto tempo com ela. O resultado é que diminuí muito as leituras paralelas ao curso que, eu costumava fazer com todo gosto até os primeiros semestres de vida acadêmica. Começo a ler algo que me interessa, me empolgo, no fim sempre me censuro por constatar que o tempo que estou usando para tal atividade poderia ser aplicado na conclusão do curso.

Já se vai um ano e meio desde que comecei a escrever a minha monografia e nesse intervalo de tempo não fiz nada realmente bem feito, como queria fazer. Fico com a monografia inacabada e não me sinto livre para dedicar-me de verdade a outros projetos.

Ontem à noite fui à UFRN e, sem querer, percebi que as últimas visitas que fiz à instituição foram para trancar disciplinas, pegar declarações ou utilizar os serviços do Centro de Convivências.

Para sair de uma vez por todas desse calvário, assumo aqui um compromisso público. Dou a minha palavra a você que visita esse blog, que até o final de 2006 finalizarei o meu trabalho de conclusão de curso. Conto com a sua cobrança!

Apelo às notinhas

Um dos grandes problemas com o qual sempre tive que lidar para manter os meus blogs é o fato de eu ter uma dificuldade enorme de síntese. Não me contento em escrever poucas linhas sobre determinado assunto, sabendo que poderia ir além não fossem as circunstâncias de sempre, tais quais falta de tempo e preguiça. Na maioria das vezes ocorre de eu abandonar projetos de posts pela metade. Portanto, sempre que me aparecerem fatos que mereçam destaque aqui no blog, mas não necessitem de um texto muito extenso, estarei me valendo do velho artifício das notinhas. Aí vão as primeiras. Espero que funcione.

  • A lista dos convocados para a Copa do Mundo me satisfez. Só faria apenas duas alterações: tiraria Ricardinho, dando chance a Alex e colocaria Junior no lugar de Gilberto, para ser o reserva de Roberto Carlos na lateral esquerda.
  • O Discoteca Básica é, com certeza, um dos melhores sites de música do país. Lá, Ricardo Schott resenha discos dos mais variados artistas e segmentos. Com um rico conhecimento de bastidores e estórias da música, Ricardo dá uma aula a cada post. Só para constar, Schott esteve em Natal no ano passado cobrindo o Festival DoSol. Eu já devia ter indicado esse site antes mas nunca me lembrava.
  • Os meus planos de a qualquer momento me mudar para São Paulo com a banda podem ficar menos concretos depois do novo ataque do PCC. O negócio está tão brabo que as empresas de ônibus acabaram de anunciar que não haverá frota para amanhã. Imagina o caos que será uma cidade com 20 milhões de habitantes sem um ônibus sequer nas ruas.
  • Tom Yorke, vocalista do Radiohead, vai lançar um disco solo em julho desse ano. Ótima notícia! Ainda esse ano deve sair o novo álbum da banda, fato que desmente – pelo menos à primeira vista – os boatos em torno do provável fim da banda com a investida de Yorke em trabalho solo.
  • Se tudo correr como programado, ainda esse ano estarei seguindo os passos do carinha do Radiohead. Gravarei um disco só com canções minhas que penso não se encaixarem no trabalho do SeuZé. Se é cedo para isso, não sei. O fato é que não quero deixar de fazê-lo enquanto tenho condições. Qualquer novidade, com certeza trarei para cá.
  • Jenny Wren, canção do último álbum de Paul McCartney, é uma das mais belas que ouvi em minha vida. Se tiver como, ouça essa música.
  • Sugestões musicais: God Only Knows (Beach Boys), Jenny Wren (Paul McCartney), Itacimirim (A Cor do Som).

Considerações sobre o MADA

Por estar muito envolvido com a produção do show do SeuZé, mal pude assistir aos shows das outras bandas nessa edição do MADA. Mas, pelo que pude conferir e já conhecia de antemão, acho que a escalação das bandas foi feliz. Por mais que o meu gosto não tenha sido satisfeito, a programação foi coerente e mapeou legal a cena independente do país.

Gostei pra caramba do Moptop (RJ), Ímpar (MG), Los Porongas (AC), Filhos da Judith (RJ).

Não me entra de jeito nenhum todo o hype em torno do Cansei de Ser Sexy (SP). Performance forçada e execução deplorável. Definitivamente não vou a um show de música com o intuito maior de rir. Acho que todos puderam ver que no show do CSS o que menos importa é a música. Para completar, tive o desprazer de ficar em um quarto no mesmo corredor do das mocinhas. Como falam alto!

Das bandas potiguares, só pude acompanhar os shows dos Bonnies e do Revolver. O show dos primeiros foi muito fraco. Essa história de desleixe PREMEDITADO já deu no saco e atrapalhou a apresentação. O som estava ruim, a execução não foi das melhores e a interação com o público foi, como de costume, péssima. Já o Revolver fez um show muito bom, apesar de uns problemas técnicos no início da apresentação e de estarem todos muito nervosos antes de subir ao palco.

Não pude ver todo o show do Cachorro Grande, mas até onde conferi estava tudo muito mediano. Até hoje ainda não me acostumei com o vocal de Beto Bruno. Eu já estava muito cansado, ou talvez esteja ficando velho e chato para ouvir tanta gritaria.

O Biquini Cavadão mostrou ser competente no que se propõe a fazer, mas não satisfez o meu gosto, também. Como diria Marcos Bragatto, “a maior banda de baile dos últimos tempos” foi a protagonista do que deve ter sido a maior interação banda-público da história do festival. O porém: tudo isso às custas das canções de terceiros. São inegáveis o carisma de Bruno Gouveia e a maneira como a banda desperta a empatia do público. Mas, conseguir isso através de um repertório composto quase que exclusivamente por covers, diminui para bem menos da metade os méritos da questão. Acredite se quiser, mas eu nunca estaria satisfeito em ter uma resposta daquelas através de um trabalho que não é meu. Não dá mesmo!

O pouco que vi da apresentação de Pitty não me cativou muito. Salvo um bom cover de “Stockholm Syndrome”, do Muse, não vi maiores feitos. Tentando ser imparcial, levando em consideração que não sou muito fã do trabalho da cantora, devo admitir que o show foi bom e a participação do público foi bem bonita.

Não pude ver os shows de Nando Reis, Pavilhão 9 e do Rappa.

Sobre as outras apresentações, ou as bandas não me chamaram a atenção ou não tive oportunidade de conferir.

No geral o saldo foi positivo e o MADA deu mais um passo importante para se consolidar como um dos maiores festivais de música do país. Só espero trabalhar menos e estar mais disposto para acompanhar melhor as atrações do ano que vem.

Pra ti já era!

Cerca de 300 funcionários da Varig devem fazer hoje em Brasília uma marcha para pressionar o governo a ajudar a solucionar a grave crise financeira enfrentada pela companhia aérea. Eles partiram do aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro) para Brasília em um avião MD-11 fretado da Varig.

Folha Online - 11/04/2006 - 11h09

Mais de dez mil funcionários na iminência de demissão e R$ 7 bilhões em dívidas. Eis o dilema da Varig e do Governo Federal.

Não bastassem os problemas acima citados, a companhia área não tem conseguido ao menos arcar com as despesas correntes, como combustíveis e salários. Não será mais uma dose de complacência da União que fará a Varig se equilibrar financeiramente. Ao que parece, o Governo Federal já fez o que pôde, perdoando e reduzindo dívidas da companhia junto a empresas estatais como a Infraero e a BR Distribuidora (de combustíveis). Segundo a redação do Band News, a maior parte da dívida da empresa é com a União. E lá vêm a CUT e a Força Sindical se valendo dos fins para justificar os meios. Lógico que é papel das centrais sindicais tentar prevenir que milhares de trabalhadores percam seus empregos, mas isso tem que ser feito com cautela. Se o Governo Federal mantiver a complacência com a inabilidade administrativa da Varig e perdoar ou aliviar as dívidas da empresa, vai estar abrindo um precedente difícil de se controlar. Qualquer grupo de empresários com mais influência e sensibilidade, quando em crise – ou não – se sentirá no direito de cobrar uma ajudinha do Estado, e mais, com o apoio da opinião pública.

O problema da Varig é de outra ordem. A empresa não soube se adaptar ao novo panorama do setor aéreo que se anunciou a partir do final da década passada. Vivemos num momento em que todos os setores de serviços brigam por expansão indiscriminada de mercado. O setor aéreo não é exceção. Já se foi o tempo em que era possível limitar perfil de clientela. Público alvo é necessário, se prender a ele é burrice. Não importa se as classes que o seu negócio terá de atingir sejam a C ou a D. Se o seu produto é caro para o cliente, baixe os seus custos ou crie um produto que suporte um preço mais baixo e atenda aos anseios da clientela.

Foi exatamente aí que a TAM, a GOL e a BRA se firmaram no mercado. A primeira, que começou a ocupar posição de destaque no momento que ainda reinavam absolutas Varig, Vasp e Transbrasil, hoje ocupa a liderança do mercado doméstico com cerca de 44% dos vôos. A GOL, por sua vez, ocupa a segunda posição que antes pertencia a Varig. A empresa copiou o modelo das companhias emergentes nos EUA. Além de oferecer vôos a preços bem mais competitivos que os da concorrência, o que possibilitou a conquista de outro perfil de cliente – que antes compravam os serviços de transporte rodoviário – as ditas empresas emergentes têm uma política bem pensada de compra de aeronaves. A GOL e a BRA têm poucos modelos em circulação (também é o caso da TAM que escolheu os Folker 100 com modelo padrão), geralmente com uma capacidade de passageiros menor do que os aviões das outras companhias, fatores que, além de baixar os custos de manutenção, possibilitam uma taxa de ocupação relativamente alta. No fim, tudo concorre para um preço final mais baixo.

A Varig seguiu em caminho contrário. Demorou bastante para aderir aos chamados “vôos populares” e ainda insiste em manter em circulação aeronaves de vários modelos distintos.

Não dá em outra: empresa mal administrada e que não se atualiza às tendências de mercado, quebra. Não é assim que acontece com as pequenas e médias que fecham antes mesmo de abrir? Estou certo que somando os infelizes das muitas empresas de pequeno e médio porte país afora, que perdem emprego, o resultado supera em muito os dez mil que estão por ficar sem salário.

Se a União pensa em fazer algo, talvez seja mais prudente traçar estratégias ou parcerias com as companhias que têm mostrado um bom desempenho nos últimos anos, para que estas tenham condições de absorver a mão de obra que a Varig não soube aproveitar.

Que o governo não ceda.

Como diria um péssimo locutor de rádio AM da cidade: Varig, pra ti já era!

Ainda falta quarenta anos

Lá pelos idos de 1998, quando não fazia muito tempo que havia ganhado o meu primeiro violão, eu já pude ter uma experiência de convivência em banda. Era uma coisa bem precária, mal-feita, mas era uma ótima diversão.

Junto de alguns amigos que, como eu, ainda despojavam insegurança quando na posse dos instrumentos que escolheram para si, tive uma experiência bacana tocando samba e pagode. Vale salientar que à época eu tocava violão. Hoje, quase dez anos depois, não me considero seguro o suficiente ao violão à ponto de integrar algum grupo em apresentações ao vivo. Imagina como era naquela época.

De todos os integrantes, creio que apenas um tinha conhecimento suficiente para tocar em harmonia com outros músicos. Flaubert, que tocava teclado e era uns cinco anos mais velho que eu, chamava a minha atenção por saber executar com precisão a introdução de Lanterna dos Afogados, dos Paralamas.

Entre ensaios e raras apresentações, a bandinha deve ter durado cerca de quatro meses. O suficiente para eu esticar as orelhas e arregalar os olhos à futuras investidas na música.


No último dia 29, depois de muito relutar, consegui, às cinco da matina, levantar da cama, lavar o rosto e escovar os dentes. Ainda de pijama saí de casa e me surpreendi ao ver grande parte dos meus vizinhos na mesma situação vergonhosa: roupas íntimas, gosto de cabo de guarda-chuva na boca e olhos remelentos. Não vi muita graça no eclipse. Mal escureceu, já começou a clarear de novo. E eu que pensava em ir à praia para acompanhar o fenômeno. Levando em consideração que o litro da gasosa chegou aos R$ 2,70, não foi má idéia ficar perto da cama.

Depois da escuridão, quando o sol já desistia de encoxar a lua, percebi, linda, uma vizinha que há muito não via. Com certeza ela era a única cuja roupa íntima fazia sentido. Ah se houvesse um eclipse por semana!

Pena que ela já voltava para casa. Muito provavelmente também achara essa história de eclipse uma grande bosta. Não hesitei em ir até a esquina para fitá-la mais um pouco. Eis que quando chego ao vértice do ângulo de 90°, ela já havia fugido do meu campo de visão. Mas, qual não foi a minha surpresa ao perceber se aproximando o grande Flaubert. Pelo tempo que ele confessou não usar o teclado, é certo ter esquecido os acordes daquela canção dos Paralamas. Entre lembranças da antiga banda e conversas sobre trabalho, ficamos dividindo o meu óculos de sol para tentar observar o que restava de lua no sol.

Prometemos um ao outro ser testemunha de que vimos o eclipse e que, Sandra Annemberg estando correta, nos encontraríamos novamente, em quarenta anos, para ver o dia virar noite e tirar sarro dos vizinhos.

Só espero que a minha linda vizinha não saia de pijama dessa vez. Ainda falta quarenta anos!

Filiação à OMB deixou de ser obrigatória no RN

No fim de 2004 foram levados ao Ministério Público Federal aqui no estado do Rio Grande do Norte questionamentos e dúvidas que tínha-se com relação de ser inconstitucional ou não a obrigatoriedade do músico ter que possuir Carteira da Ordem dos Músicos para poder tocar, se apresentar publicamente.

Diante disso, após analisar as questões legais envolvidas, o próprio Ministério Público entrou com processo na justiça questionando essa situação e agora, dia 30 de janeiro de 2006, saiu a sentença do PROCESSO: 2005.84.00.002989-0, onde o Juiz CARLOS WAGNER DIAS FERREIRA em linhas gerais diz:

“A INSCRIÇÃO NA OMB DEVE SER EXIGIDA SOMENTE DOS MÚSICOS DIPLOMADOS COM CURSO SUPERIOR E QUE EXERÇAM ATIVIDADE EM RAZÃO DESSA QUALIFICAÇÃO, BEM COMO DOS QUE EXERÇAM FUNÇÃO DE MAGISTÉRIO, SEJAM REGENTES DE ORQUESTRAS OU DELAS PARTICIPEM COMO INTEGRANTES.”

MÚSICOS QUE SIMPLESMENTE APRESENTAM-SE PARA SOBREVIVER, E QUE REPRESENTAM A CULTURA POPULAR, NÃO PODEM SOFRER QUALQUER EXIGÊNCIA QUE CONFIGURE RESTRIÇÃO À MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA.”

Se lhe for conveniente divulgue / repasse esta informação

*Segue abaixo a notícia conforme publicada no site do Ministério Público.

www.prrn.mpf.gov.br/noticia.p… 08/02/06

  • Músicos terão liberdade de expressão garantida

A partir de agora, os músicos do Rio Grande do Norte não precisarão ter obrigatoriamente o registro na Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) para exercer a atividade. A decisão é do juiz substituto da 4ª Vara da Justiça Federal, Carlos Wagner Dias Ferreira, e atende a uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN), por meio do procurador da República Yordan Moreira Delgado.

A Ação, proposta em 2005, questionava a obrigatoriedade do registro alegando ferir diretamente os direitos fundamentais da liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. Com a decisão, a OMB, representada no Rio Grande do Norte pelo Conselho Regional, não poderá mais exigir de qualquer músico, amador ou profissional, registro prévio para retirada de carteira de músico, nem o pagamento de taxas ou anuidades para que possa apresentar-se em locais públicos.

A OMB terá ainda que declarar a nulidade de todos os procedimentos administrativos já instaurados contra os músicos, em função da falta do registro. A exceção é para os profissionais em que a as atividades requerem capacitação técnica específica ou formação superior, como especifica os arts. 29 a 40 da Lei nº 3.857/60.

O MPF ingressou com Ações semelhantes e obteve êxito em Estados como Pernambuco, Paraná e Acre. A multa diária no caso de descumprimento da decisão é de mil reais.

Talita Bulhões Assessoria de Comunicação Procuradoria da república no RN

ONU: a Babel dos dias de hoje?

Sempre que me pego pensando a respeito da atuação da ONU, a conclusão de que a entidade vive mais de discurso do que de soluções práticas para os problemas que se propõe a resolver, é a única que tenho. Entretanto, me atrevo a propor uma explicação para o fato.

Apesar de o inglês ser o idioma padrão para a comunicação entre indivíduos de nacionalidades e línguas distintas, em todo o mundo, parece haver um grande problema na Organização das Nações, no que diz respeito ao entendimento das mensagens entre os seus reais membros e os reais interessados nos trabalhos do órgão.

O Secretário-Geral, Kofi Annan, tem mostrado uma sensibilidade ímpar no trato com as questões fundamentais propostas para o seu segundo mandato na entidade: reforçar o trabalho que a Organização leva tradicionalmente a cabo em prol do desenvolvimento da paz e da segurança internacionais; incentivar e promover os direitos humanos, o estado de direito e os valores universais da igualdade, da tolerância e da dignidade humana consagrados na Carta das Nações Unidas; e ainda restabelecer a confiança da opinião pública na Organização.

Infelizmente, e não pela vontade de Annan, a Secretaria Geral parece ser mais um cargo decorativo do que um centro de tomada de decisões concretas.

A passagem bíblica da Torre de Babel – que pode ser encontrada no capítulo 11 do Gênesis – sugere que em determinado momento da antiga história dos judeus, quando todos os homens ainda falavam a mesma língua, estes foram punidos por Deus. Segundo a interpretação tradicional, através da construção de uma torre que cruzasse o céu, o povo de Israel visava se aproximar da divindade, para então agradecê-lo por ter escapado do grande dilúvio que a tudo arrasou em tempos remotos.

Mas, a idéia de Deus vingativo e punitivo já estava no imaginário coletivo, na época em que certas partes do Gênesis foram escritas ou compiladas. Assim, Deus entendeu que a demonstração de agradecimento dos homens, não passava de um excesso de soberba, e que o homem pecava ao adorar a criação, ao invés de adorar o criador (a torre também seria um lugar de observação da lua, do sol e das estrelas). A divindade, então, lançou um encanto e fez com que todos os homens falassem línguas diferentes, o que impediu que os envolvidos na construção da torre se entendessem, levando o projeto por água abaixo.

Nos dias de hoje, levando em consideração que qualquer flanelinha mais esperto consegue pronunciar o bi-ei-bi básico do inglês, a construção de um monumento como a torre da antiga babel é possível. Vide os arranha-céus da terra do Tio Sam. Globalização é assim mesmo: estadunidense falando inglês contrata; latino-americano falando espanhol da América Latina constrói e árabe-mulçumano falando algo que só as hienas devem entender, põe tudo abaixo.

O maior problema da ONU não diz respeito à comunicação entre os seus integrantes, mas está no plano do entendimento. É fato que o campo de atuação das Nações Unidas está concentrado em países com baixo grau de desenvolvimento. O difícil é conciliar isso, partindo do pressuposto que o centro de tomada de decisões está nas nações que não necessitam dos trabalhos da organização. Por mais sensível que seja aos problemas alheios, a cúpula da ONU jamais terá a sensibilidade necessária para viabilizar soluções concretas, se a bagunça não acontece no seu jardim.

Eis que, se um estadunidense contrata mais um latino-americano para erguer um edifício qualquer, e convence o mundo todo que um árabe derrubou de novo, o Conselho de Segurança é convocado. E há gente que ainda briga por uma cadeira permanente nessa mesa…

Tudo acaba em pizza

Eis que depois de um sedentarismo de oito anos, volto a fazer uma atividade física com freqüência. Desde 1998, quando abandonei o judô, o mais próximo de esporte que faço é jogar sinuca esporadicamente e bater pelada vez ou outra. O fato é que desde que saí do tatame, me encontrava num sedentarismo sem fim.

Não tardou para que as primeiras conseqüências da minha escolha aparecessem. De janeiro de 2004 para cá, já passei por duas crises de tendinite no punho (com uma imobilização do mesmo), duas luxações no ombro (com direito a duas imobilizações) e um sem fim de outras mazelas, todas, claro, surgidas pelos meus hábitos não tão saudáveis.

Em minhas idas a diferentes ortopedistas, o diagnóstico de que os meus problemas têm relação direta com o sedentarismo, foi unanimidade. Unanimidade, também, foi a solução apontada por todos os médicos que procurei, para amenizar os meus problemas de saúde: academia. Meio que por indisposição, horários apertados e preconceito bobo, protelei bastante.

O preconceito a que me refiro diz respeito ao fato de, até então, eu não conceber a idéia de entrar numa academia para fazer musculação. Na realidade, eu só analisava essa questão do ponto de vista da estética. Como sempre fui satisfeito com a minha magreza e ossos em primeiro plano no corpo, não via sentido em passar horas levantando peso para tornear músculos e coisas do tipo. Até aí, sinuca e futebol regados à cerveja resolviam todas as minhas carências.

No fim de 2005, comecei a dar crédito às palavras da medicina e decidi procurar uma academia. Por coincidência, pouco tempo depois, o SeuZé e a Academia Hi-Fit fecharam uma parceria. Assim, na última segunda-feira comecei a atividade da qual tanto fugi.

Entre dores em quase todo o corpo, restou disposição para compensar todas calorias perdidas em um rodízio de pizza. Contudo, juro que não pedi nenhum chope.