História musical de um jovem orelhudo e olherudo. Parte 7

O baixo que eu havia tomado emprestado era meio desprovido de beleza, mas tinha um sonzinho até legal. Mas o mesmo problema que passei com a guitarra, passaria com esse instrumento ligeiramente mais grave: a falta de um amplificador adequado. 
Mais uma vez, quem pagou o pato foi o meu velho aparelho de som 3x1 anteriormente danificado. (Danificado ainda está, mas através dele que ouço os meus vinis e CDs. Das três, uma. Ou eu parei no tempo, ou sou pão duro demais, ou sou endinheirado de menos para fazer um upgrade no meu reprodutor sonoro. Fique à vontade para construir o seu próprio desfecho.) 
Assim, e em virtude da minha característica de empolgação e desempolgação por minuto, não tardou para que eu achasse aquilo tudo um saco. Não tentei mais que 3 semanas, abandonei o baixo e só voltaria a olhar para ele em algum dia de julho ou agosto de 1999, mais ou menos um ano depois. 
Mais uma vez, Carlinhos foi o incentivador. Dizia estar montando uma banda e me queria como baixista. Contrariando uma idéia antiga – a de comprar um violino e um cavaquinho – há pouco tempo eu havia vendido a minha guitarra e comprado um bom violão Rampazzo. Não tinha vontade nem dinheiro para comprar um novo instrumento tão cedo. 
Assim, fiquei usando o baixo Gianinni Stratosonic emprestado por um bom tempo. 
Carlinhos sempre foi bem intencionado, mas, vez ou outra, aparecia com uma idéia meio fantasiosa. 
No primeiro ensaio da tal banda, nada de anormal (excetuando-se a anormal inabilidade dos músicos, evidentemente): um baterista, 2 guitarristas (um deles acumulando a função de vocalista) e 1 baixista. Não tardou, porém, para que o estado de anormalidade tomasse a cena. Com a entrada continuada de outros integrantes, a banda chegou à nada normal formação: 1 baterista, 1 baixista, 1 backing vocal, 3 guitarristas e 3 vocalistas (que tinham que disputar o posto com os guitarristas e o baixista). 
Por sorte, ainda restava um pouco de normalidade em minha essência. Eu e Carlinhos decidimos dividir os 9 integrantes em duas bandas distintas. É lógico que os integrantes de uma delas não receberia mais ligações para ensaios e afins. 
A escolhida findou com a seguinte formação: eu (baixo/backing vocal), Carlinhos (bateria), Gustavo (guitarra/backing vocal), Fellipe Cesar (vocal/guitarra) e Joaquim (backing vocal/pandeirola). 
Estava fundada a formação inicial do República 5, e plantadas as sementes de muitos sonhos. Muitos.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 6

Conheci Carlinhos aos 7 anos de idade. A gente jogou muito futebol e brincou de "Comandos em Ação" juntos. 
Pela vizinhança, não demorou para virarmos grandes amigos. 
Nossos primeiros passos na música foram juntos. Pensamos que tocamos em uma banda de pagode, aos 16 anos. E a partir daí não nos separamos mais (que romântico...). 
Quando decidi que iria vender minha guitarra para comprar um violino e um cavaquinho, ele foi o primeiro a tentar me convencer a não fazer isso. Tanto tentou que conseguiu. 
Certo dia ele me ligou dizendo: "venha aqui em casa que eu tenho um presente para você". Não levei mais que 20 segundos para estar batendo na porta da casa dele (fato não tão impressionante, já que até hoje moramos a 50 metros de distância um do outro). 
Chegando lá, e após seguir algumas instruções, fui até o quarto do cara com os olhos fechados. Ao abri-los, a grande surpresa: um contrabaixo elétrico Gianinni Stratosonic anos 80. No momento não entendi o que aquilo significava, e as conseqüências que aquele gesto traria. 
Observando o meu sorriso e a minha cara de satisfação ele falou: "Esse baixo é do meu tio, mas está parado faz um bom tempo. Ele é seu até que você compre um". 
Comecei a tentar aprender o instrumento, e ao contrário do que passei com o violão e com a guitarra, o desenvolvimento foi bem rápido. 
Mas eu não estava feliz. Não estava gostando de tocar baixo. 
Demorou para que eu deixasse de tocar o novo instrumento mais por obrigação do que por gosto. 
Era algum mês de 1998, eu havia vendido minha guitarra e trocado meu violão. Minha barba estava começando a fechar e eu estava começando a gostar de aprender a tocar baixo.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 5

Definitivamente, tocar guitarra era o meu mais novo sonho. Como já tinha algumas manhas do violão, os primeiros passos no meu novo instrumento não foram lá tão complicados, para mim, evidentemente. Conforme já relatado em algum capítulo dessa saga, a minha família já estava começando a se acostumar com os meus quase afinados dedilhados no violão, mas uma guitarra elétrica, sem amplificador, plugada no som da sala, fala consideravelmente mais alto. 

Quem me conhece bem, sabe que se houvesse uma frase para me resumir, essa seria: “Empolgação e desempolgação por minuto”. Não tardou para que eu me entediasse com isso tudo. 

A guitarra era muito linda, mas a sonoridade não fazia jus à beleza. Minha família é muito cordial, mas a gritaria não fazia jus à gentileza. 

Quando consegui finalmente estourar as caixas de som do meu velho aparelho 3 em 1 (que me serve até hoje, com as mesmas caixas estouradas), decidi que não queria mais aquela guitarra. 

Havia um tempo a música clássica entrara na minha vida através de Beethoven e Bach. Ganhei do meu pai uma coletânea do gênero com 10 CD’s, e corri feito louco à procura de documentários e biografias sobre os gênios que me conquistaram. Seguindo o meu lema “empolgação e desempolgação por minuto”, estava eu decidido a comprar um violino e aprender a tocá-lo. Mais ou menos nessa época, fui apresentado aos fascínios do chorinho, pelo meu pai. Não tardou para que Jacob do Bandolin e Waldir Azevedo também entrassem para o hall dos meus mais novos ídolos. Não tardou também para eu inserisse o cavaquinho no hall dos meus mais novos sonhos de consumo. Estava mesmo decidido a me tornar o grande solista da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte e o maior nome do chorinho brasileiro no século XXI. 

Eis que aparece um velho amigo para me salvar, ou não.

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 4

Sempre fui muito mimado. Quando eu queria uma coisa, insistia até ganhar. Com a guitarra não foi diferente. Meu pai comeu o pão que o diabo amassou (e cagou) com essa história. 

“Não precisa mais insistir. Você vai ganhar sua guitarra. Mas se ficar em recuperação, não ganha nem biloca”. 

Infelizmente, a minha vida musical sempre esteve diretamente ligada aos estudos. Se eu ia bem na escola, tranqüilo. Caso contrário, nada de instrumentos. 
Novembro de 1997. Finalmente havia eu enfrentado a 8ª série. Para o meu desespero (e sossego geral da vizinhança), havia ficado em recuperação em Ciências (a partir desse contato inicial, eu passei a odiar Química pelo resto da minha vida. Reza a lenda que não abri o livro da detestada matéria uma vez sequer no ano de vestibular) e sonho da guitarra estava adiado. 
Insatisfeito e discretamente conformado, fui assistir a tal aula de Química. Lembro como hoje. 
O professor, se chamava João Roberto. Gerente de banco, dizia ele que ensinava por hobby. Mesmo com toda a boça atestada na narrativa de suas últimas viagens ao redor do mundo, era um professor bom e honesto. 
Chegando à primeira aula da recuperação - para variar atrasado – me deparei com João Roberto comentando a última prova: a que tinha me tirado do caminho da guitarra. Minha chateação era tamanha que não quis ver os comentários. Mas o professor, apesar de ensinar Química e ser botafoguense era sensato. 

“Luis Felipe, olhe sua prova. Pode haver algum erro de correção”. 

Meio sem vontade, segui os sábios conselhos. E não é que a minha prova havia sido corrigida de maneira errada. Não me lembro de números exatamente, mas era coisa de um ponto a menos. Exatamente a diferença que me faria passar. 
Resolvido o mal entendido, nota corrigida na caderneta, dedo estirado para o resto da turma, voei para casa. 
Não me importava se meu pai é a pessoa mais mal humorada do mundo na hora do almoço. Quando sentou na mesa, a primeira coisa que ouviu foi um: 

“Me dê o dinheiro. Eu não fiquei em recuperação. Pode me dar minha guitarra”. 

Explicado o sucedido, ele foi categórico. Me deu o dinheiro ali mesmo na hora, talvez mais interessado em me ver longe dali, do que pensando na minha felicidade musical. 
Passei a tarde entediado sem achar o cara que me venderia o motivo dessa capação de porco. À noite finalmente eu o encontrei e feita a negociação voltei feliz para casa. 
Mesmo sem uma qualidade sonora perfeita, a guitarra era mesmo linda. Uma Jennifer stratocaster anos 80, de cor vinho. 
Meu pai jamais poderia imaginar a capação de gorila que aquela aquisição causaria. De fato, meus companheiros de lar já estavam acostumados com o som do meu quase afinado violão. 
Mas uma guitarra elétrica sem amplificador, plugada no som da sala, falava um pouco mais alto que seu irmão acústico.

CONSTATAÇÕES DOS ÚLTIMOS DIAS

• A Praia de Pipa em época de feriados ou em qualquer ocasião que atraia muita gente de Natal é um lugar insuportável.
Quando recebi a notícia de que o Seu Zé iria se apresentar lá, fiquei feliz e puto ao mesmo tempo. 
Sinceramente, não vejo a menor graça em ficar a noite toda em pé em frente a um bar, rodeado de pessoas extremamente frescas em seus grupinhos isolados. Não vejo diferença alguma da Praia de Pirangi durante o veraneio. 
Agora então, que não é mais novidade para ninguém que o tráfico de drogas pesadas rola solto por lá, prefiro tomar banho na Ponta Negra dos italianos. 

• Minha sobrinha, Maria Eduarda, é o bebê mais inteligente que eu já vi.
Ela está com 1 ano e 6 meses e já sabe fazer coisas que eu só devo ter aprendido aos 10 anos. Geralmente, quando eu chego do estágio ela está na minha casa. Ontem ela estava brincando com aquelas pecinhas de encaixe. Só precisei fazer as combinações uma vez para que ela aprendesse. Definitivamente ela não puxou a mim. 

• A universidade vai deixar saudades.
Daqui a mais ou menos um ano eu devo estar me formando. Minha relação com o curso foi marcada por altos e baixos. Até agora tive uma dificuldade enorme para levar os estudos acadêmicos a sério. Tanto o fato de eu não ter certeza se quero lecionar ou trabalhar como pesquisador, quanto a minha ligação com a música, contribuem para isso. O curso de História da UFRN é muito bom, o departamento tem professores excelentes e eu sou apaixonado pela coisa. Mas, nesses quase quatro anos, eu não consegui ter uma seqüência legal de estudo. Empolguei-me e desempolguei muito fácil, como acontece com a maioria das coisas que me proponho a fazer. 
No geral, acho que sou um cara que tem boas idéias, idéias originais. Mas sou extremamente indisciplinado. Indisciplinado ao ponto de preferir fazer meus planos e trabalhos na base do individualismo para não correr o risco de prejudicar terceiros com a minha falta de compromisso. 
Mas mesmo assim, decidi dar tudo de mim para terminar o meu curso da maneira mais honrosa possível. Pela primeira vez vou deixar para trás aquela conversa que todo universitário tem consigo mesmo: “no próximo semestre eu vou melhorar, vou me esforçar mais”. Não posso mais me dar esse luxo. 
Quando tudo terminar, vai ser barra ter que abandonar o setor II daquela universidade. Vamos ver no que é que vai dar essa história. 

• Pela segunda vez na vida, rompi a barreira dos 60 kg: estou pesando 61.
Acho que a minha altura é algo em torno de 1m72. Segundo tabelas específicas, para uma relação harmoniosa entre o meu peso e a minha envergadura, eu deveria ter no mínimo 67 kg. Até pouco tempo atrás eu só havia rompido a barreira dos 60 kg uma vez. Dessa vez vou tentar manter esses gramas excedentes, já que almejar chegar aos 67 não passaria de uma utopia. 

• Banana com leite condensado, apesar de constituir-se numa mistura que inspira cuidados, é uma das melhores sobremesas que existem.
Estou completamente viciado nessa mistura. Quem me conhece bem – e nem precisa de tanto – sabe que o meu ponto forte não é o apetite. Mas ultimamente, essa comida simples tem me proporcionado uns gramas a mais (talvez aqui esteja a explicação para o incrível acréscimo de massa que sofri). 
Geralmente tenho ingerido a gororoba antes e depois do almoço, antes e depois do jantar e antes de dormir. Não é de se estranhar que o meu intestino tenha vivido um paradoxo sem precedentes. Ora, é sabido que qualquer derivado do leite, quando ingerido em excesso, provoca um amolecimento ou liquefação das nossas fezes. Já a banana, quando ingerida descontroladamente, tende a inspirar um endurecimento em nossos dejetos. 
Nesse contexto, e desde que descobri os prazeres dessa original sobremesa, não ouso mais olhar para dentro do vaso ao término do meu processo de digestão. 

ALGUMAS COISAS QUE QUERO COMPRAR HÁ MUITO TEMPO

• Uma agenda para compensar o meu esquecimento; 
• Um amplificador para baixo, novo; 
• Um macacão jeans; 
• Um tênis allstar verde; 
• A discografia completa dos Beatles; 
• Um discman que reproduza MP3; 
• Um gravador de CD; 
• O novo CD de Arnaldo Baptista; 
• Ticket estudantil (sempre esqueço de ver quando os meus passes acabam e tenho que pagar a passagem com dinheiro); 
• Um pacote turístico para a Itália; 
• Cuecas novas (as minhas se desgastam numa velocidade incrível); 
• Todos os episódios da sério Arquivo X em DVD; 
• Uma camisa do ABC (será que ainda vende?); 
• Um panelão daqueles que os homenzinhos usam para fazer batata frita na rua; 
• 10 sacos de Doritos; 
• 1 grade de bohemia; 
• O CD do Gram; 
• 1 bilhete da Mega Sena premiado 

Acabei de abrir minha carteira e constatei que ela não abriga nada mais que algumas notas de R$1 e um monte de moedas. Em seguida, decidi tirar um extrato da minha conta. Resultado: de crédito só tenho um débito de R$ 200. 

Portanto, já estou aceitando doações voluntárias. 
Para doar R$5, mande um e-mail para: liper5@yahoo.com.br 
Para doar R$10, mande um e-mail para: lipesz@yahoo.com.br 
Para doar R$50, mande um e-mail para: bandaseuze@yahoo.com.br 
Para doar qualquer valor acima de R$50, ligue diretamente para mim: você deve ser a coroa que eu tanto procuro para terminar de me criar. 

EXERCÍCIO DA CIDADANIA: DE DOIS EM DOIS ANOS

A cada dois anos, usufruindo a democracia da qual tanto nos vangloriamos, consolidamos a nossa cidadania através do exercício obrigatório do voto (a discussão sobre o caráter paradoxal da relação democracia x voto obrigatório, pode ser o assunto para um post futuro). 


Tenho constatado que a cada eleição, a despolitização cresce consideravelmente. Assim não é difícil explicar o surgimento de indivíduos, que se dizem candidatos, com propostas no mínimo inusitadas. 

Interessante mesmo é observar que através de tais propostas, do grotesco, esses indivíduos (cujo passado não importa, mesmo que inclua ligação e participação direta na consolidação de uma ditadura militar) acabam por tornar-se instrumento de protesto de classes que se dizem elite intectual e formadora de opinião. 

Dessa maneira, vejo-me no dever de me expressar da melhor maneira possível enquanto cidadão. 
Assim, a cada dois anos chega a hora do exercício da cidadania, que para mim consiste numa caminhada de cerca de 3 km, o suficiente para ir e voltar da minha casa até a zona eleitoral em que voto, a UnP da Nascimento de Castro. 

O processo eleitoral para mim, portanto, é muito importante, pois, através do exercício da cidadania, estou me prevenindo de inúmeras doenças e proporcionando o aumento da minha espectatica de vida. 
Estou certo que se o meu porte físico não fosse tão acanhado, eu conseguiria ir além.

Reconciliação

Fiz as pazes com o coração, com a música, com a universidade. Por que não fazer as pazes com o blog? 
Agora sim. Voltei cheio de vontade para postar. Acho que a melhor coisa que fiz foi ter dado um tempo. Não consigo escrever por escrever, como por compromisso. Se é para deixar o blog atualizado, sem pensar na natureza dos textos, prefiro não redigir nada. 
Prezo muito pela paciência de quem visita esse espaço. Quem entra aqui já não deve ter o que fazer mesmo, então é mais que minha obrigação, por retribuição, escrever com carinho. 
Estou de volta e farei o possível pra postar sempre coisas interessantes. 
Seja bem vindo de volta, e vamos até onde a nossa paciência durar.

Papo Passado em reforma

Isso aqui não está do jeito que eu gosto. Poucos textos, poucas visitas, layout fraco e obrigado pelo servidor. Não quero postar nada nessa situação. 
Prometo em breve pôr ordem na casa e voltar com tudo. 

Brigadão pelos fiéis visitantes. 

Volto em breve. 

MADA, gravação do SeuZé e cinema em casa

Mada
Estou com preguiça de fazer uma resenha completa, mas resumindo, achei que as bandas locais deram um show de profissionalismo quando comparadas às de fora. The Walkmen não me convenceu, mas o Gram sim. Jorge Bem está velho demais, e show nem de longe foi o mesmo do MADA 2002. 
Se é pra levantar os destaques, fico com Jane Fonda, Allface, Bugs, China e a jam Sepultura/Rappa. 

Música
Ontem à noite fui ao Estúdio Promídia para iniciar a gravação dos baixos do 1° CD do Seu Zé. Prevenido, como geralmente não sou, levei comigo dois contrabaixos para fugir de algum possível imprevisto. 
Azarado, como geralmente sou, os dois instrumentos apresentaram problemas, e a gravação foi adiada para a próxima quinta. Pra consolo, aí vai uma foto da maré baixa. 

Cinema Comunitário
Em decorrência do cansaço gerado pelo MADA (leia-se ressaca, mesmo), e o fato de eu e alguns dos costumeiros telespectadores dos filmes exibidos conseguirmos chegar em nossos lares por volta das 9 da manhã, a seção do domingo passado foi adiada para o próximo. O filme ainda atende à proposta Stanley Kubrick: “Nascido Para Matar”. A seção é às 18h. Chegue cedo, e esteja preparada (o) para flatulências dos mais diversos odores e sons.

<strong>CINEMA COMUNITÁRIO AOS DOMINGOS</strong> 

Quem me conhece bem, e quem não conhece também, sabe que há muito sou viciado e dependente da Internet para sobreviver. Houve mesmo a época em que todos os dias eu dormia durante o primeiro horário de aulas na faculdade por ter virado a noite anterior de frente para o PC. 
Disposto a fugir de um colapso, de estar irreversívelmente condicionado a tal hábito, resolvi ficar longe do computador, gradativamente. Faz um bom tempo que não acesso a rede depois das 22h. De fato, morfeu deve ter sorrido discretamente. Enfim, já pode contar com a minha latência bem antes do que no passado. 
Pela lógica, como Domingo é o éden dos netviciados, meu próximo passo seria cessar o uso nesse dia. Precisava eu de algo para ocupar o tempo que até então destinava a tão avassalador hábito. 
Ia eu à cozinha, em mais um Domingo de Internet, quando fitei o aparelho de DVD desolado no canto da sala. Estava sendo sub-utilizado. Notei que havia se viciado pelo ócio, por nunca ser usado, por ser consumido pelas teias de aranha e pelos arranjos de flores da minha mãe. 
Fizemos um pacto. Dali em diante, todos os domingos, ofereceríamos seção de cinema para alguns felizardos. Desde então, pontualmente às 18h, no referido dia, eu, os demais integrantes do Seu Zé e alguns amigos que por algum outro vício, ou pura falta de não ter o que fazer, nos reunimos em minha casa para assistir alguns filmes. 
A escolha dos filmes está sendo feita por diretores. Começamos por Stanley Kubrick e o último visto foi o impressionante “O Iluminado”. Confesso que após ver esse filme, tive que ir dormir com a minha irmã por medo de enfrentar a escuridão da noite sozinho. 
Próximo Domingo continuaremos a seção Kubrick. Sinta-se convidada (o). 
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Sugestões 
Filme: O Iluminado – Stanley Kubrick 
CD: The Beatles – 1 
Música: Mutantes - Virgínia

MINHA EGOÍSTA CARTA DE TESTAMENTO

(caso eu venha a falecer, veja se você está na lista, imprima esse texto, entregue aos meus pais, e requera o que lhe é de direito. Prazo de validade: dezembro/2004.) 

  1. Meu contrabaixo – sob nenhuma hipótese poderá ser vendido ou dado a alguém. Deve ser eternizado, guardado em seu bag até o fim dos tempos. 
  2. Meu violão – assim como o meu contrabaixo, jamais poderá ser passado para frente. Deve ser eternizado ao relento e sob o sereno, visto que não tem bag. 
  3. Minha coleção de CD`s de música clássica – deve ser leiloada. O dinheiro arrecadado pode ser investido na compra de cestas básicas para famílias carentes. Uma parte do montante arrecadado pode ser destinado à compra de um bag para o meu violão, contribuindo assim para a sua eternização. 
  4. Meu computador – sob nenhuma hipótese pode ser preservado. Deve ser inteiramente destruído para que não venha a tirar o sossego de outros mortais entre uma travada e outra. Em último caso, pode ser vendido a uma sucata que se comprometa a jamais fazê-lo funcionar. 
  5. Minha cama – deve ser desmontada, lixada e transformada em fogueira de São João no ano seguinte (além de sempre me censurarem a brincar com fogos de artifício, meus pais nunca fizeram fogueira de São João em casa).
  6. Meus livros – podem ser queimados para ajudar a acender a fogueira. Afinal, eu nunca consigo lê-los todos. Em último caso podem ser doados às famílias que receberão as cestas básicas adquiridas com o leilão da coleção de CD`s de música clássica. Para tal, cada família beneficiada deve ceder uma cama. A fogueira precisa queimar! 
  7. Meu ventilador – jamais pode ser tirado do meu quarto, para a tranqüilidade dos mortais sobreviventes que pensam em algum dia visitar o nada frio lugar que me abrigou durante tanto tempo.
  8. Meu pré-histórico aparelho de som 3 em 1 – quem se dispuser a consertar a saída de som, e gostar de ouvir vinis, pode se candidatar a uma prova de conhecimentos sobre pintura de pratos aplicada pela minha avó Iraci. Quem for aprovado com a melhor média, realmente se mostrará merecedor de tão valioso prêmio. 
  9. Meus outros CD`s – devem ser doados todos aos meus companheiros do Seu Zé. Vai ser se assim , em minha memória, eles resolvem tirar as músicas que pedi a tanto tempo.
  10. Minhas roupas – devem ser doadas aos presos da Penitenciária João Chaves. Assim eles poderão improvisar uma enorme corda que possibilitará uma fuga em massa (sempre tive vontade de ver no RN TV uma notícia que dissesse: “Fuga em massa! Todos os presos da João Chaves fugiram”). Seria tão bom me esconder debaixo da cama. Eu sou magro, acho que ainda caibo. 
  11. Minhas composições – devem ser vetadas a qualquer intenção maldosa de serem transformadas em versões de forró, pagode ou axé. 
  12. Meu blog – deve ser redigido e transformado em biografia autorizada. Os lucros provenientes da venda dos livros devem ser revertidos em um processo de mumificação. Assim serei eternizado ao lado dos meus amados contrabaixo e violão. Tente vender muitos livros, porque mumificar um corpo com orelhas tão distintas é por natureza um projeto superfaturado. 
  13. Minha conta bancária – quem se interessar em ficar com essa, deve primeiro quitar o cheque especial.

CASA NOVA, VIDA NOVA

Já fomos blogger.com.br, já fomos blig.com.br, mas agora somos www.papopassado.weblogger.com.br
A partir de agora, esse será o local dos meus devaneios, das mesmas besteiras de sempre. 
A construção ainda não foi concluída, mas já tem parede que dê para armar pelo menos uma rede. Enquanto o acabamento não vem, pode trazer seu pinico, e dormir no chão mesmo, que a gente vai se ajeitando. 
Estou esperando um layout novo, que em breve estará no ar. mas enquanto isso, vamos assim, no improviso mesmo. 
Seja bem vinda(o) à nossa nova casa. 
Estou pensando em fazer um churrasco de inauguração. Quem cede o espaço? 
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P.S: Não consegui trazer os posts antigos para cá. Se alguém souber se tem como fazer isso, por favor me avisa. 
Mas para quem quer ter acesso aos papos passados de outras paragens, aí vão os links: 
www.papopassado.blogger.com.br 
www.papopassado.blig.com.br 
Divirta-se! 

Aconteceu em Macau

Eu, Yvan e Ramon, meus companheiros de farra em Macau, estávamos voltando de mais uma noite de festas, quando no sentido oposto caminhavam três garotas. Despretecenciosamente, falei: 

- Hummmmm, três à três.  

Uma delas respondeu: 

- Três à três não. Quatro à três. Eu estou grávida. 
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(Carnaval de Macau-2004) 

História musical de um jovem orelhudo e olherudo - Parte 3

Eu dizia: “Que porra é essa?” 
Fonseca, que na época devia estar rompendo a barreira dos 40, era meu vizinho há um bom tempo e do seu violão só saía coisas estranhas e chatas que eu ainda não era capaz de compreender. 
Depois de muito tentar sozinho e relutar, resolvi perturbá-lo. 
- Seu Fonseca, afina meu violão, vai. Eu não estou conseguindo tocar. 
Ele sorriu cinicamente, com certeza pensou: “como se você fosse conseguisse tocar mesmo o com violão afinado” e em seguida respondeu: 
- Claro. É para já. 
Voltei para casa feliz da vida. Agora, nada mais poderia me impedir. 
Mas o pensamento de Fonseca se concretizou. Eu não consegui tocar nada. E o pior, o violão estava novamente desafinado. Eu, ingenuamente, pensava que uma vez afinado, o violão mantinha esse estado para sempre. 
Nem pensei na possibilidade de voltar ao vizinho para ele reafinar o instrumento. Com esse quê de “A menina de lá”, vai que ele pensava que eu era gay. Aí já viu, né... 
De fato, eu percebi que precisava urgentemente aprender como se afinava aquilo. Tanto tentei, que consegui. Já tocava algumas canções com a ajuda de revistinhas, e incrivelmente já afinava meu instrumento por conta própria. (Fonseca suspirou aliviado) 

Meu pai queria que eu começasse a estudar música. Disse que iria contratar um professor particular para mim. Não sei porque, ou se inconscientemente eu já tinha um espírito autodidata, mas falei para ele que não queria. Eu estava satisfeito com a velocidade da minha evolução, e com o auxílio incondicional das minhas revistinhas. 
Aos poucos a minha família estava se acostumando e cada vez mais eu ouvia menos coisas do tipo: 
“Luis Felipe! Pare esse violão. Estou vendo a novela” 
“Luis Felipe! Pare esse violão. Estou dormindo” (nunca entendi como meu pai reclama das coisas e diz estar dormindo) 
“Luis Felipe! Pare esse violão. Estou estudando” (nunca entendi como minha irmã pensava que eu pensava que ela realmente estudava algo) 
Não era muita coisa, mas eu já conseguia tocar coisas inteligíveis. Já pediam até que eu levasse o violão para a escola. 
Mas, a guitarra já tinha entrado nas listas de desejos desse jovem orelhudo e olherudo potencialmente capitalista. 
Para tal, eu não poderia ficar em recuperação na escola. 
Esse era o problema... 

Tô me guardando pra quando o Carnaval chegar

Vai ser foda. Há 3 anos não curto um carnaval. Se eu chegar vivo, conto como foi. 
MACAU - 20/02. 

<strong>CONSTATAÇÕES DOS ÚLTIMOS DIAS</strong>

Há alguns dias estou sozinho em casa. Minha família viajou e eu fiquei botando (des)ordem em tudo. 
Apesar de dar medo à noite, é bem legal. Dá para a gente pensar a respeito de muita coisa, ouvir música no volume máximo e comer bagana o dia todo. Em meio a tudo isso, posso dizer que estou passando por um momento de autoreflexão e interiorização de boas energias. Em seguida estão algumas conclusões relevantes. 

- Coca-cola e skol gelada são as bebidas mais saborosas do mundo; 
- Arnaldo Baptista, Bach e Paul McCartney são os maiores compositores de todos os tempos; 
- Minha memória é uma bosta; 
- A música é a maior invenção da humanidade; 
- Dinheiro é tão importante quanto saúde; 
- Todo flamenguista é fresco; 
- E os americanos, também; 
- Os reality shows são a segunda pior invenção da humanidade; 
- Usar feijão como alimento, a primeira; 
- Assistir Fórmula 1 hoje em dia, é impossível; 
- Futebol, também; 
- Bervelly Hills 90210 (Barrados no Baile) foi a melhor série de TV de todos os tempos; 

Novidades SeuZé 

Como eu havia prometido, estou trazendo mais novidades sobre a banda. Na próxima Quinta estaremos tocando no Colégio Salesiano. Vai rolar uma feira de arte, a entrada é franca e tem tudo para ser bem legal. O Seu Zé deve tocar por volta das 18h30. 
Outra notícia legal é que provavelmente até o fim desse ano estaremos lançando nosso primeiro CD DEMO. A previsão inicial é que 4 músicas componham o trabalho. Uma já está finalizada e disponível na Internet. Entre no canal do IRC #SeuZe e peça o mp3 de Antônio Conselheiro a algum OP. 
No inicio de outubro entraremos em estúdio para gravar mais 3 músicas. As pré-selecionadas são as já conhecidas “Sai Galada”e “Plantando no Céu e Colhendo no Inferno”. A terceira provavelmente será a novíssima “Saudades do Sertão”. Essa música tem saído muito bem nos ensaios, e iremos estreá-la ao vivo no show de quinta-feira. 
Pra fazer a pré-produção da gravação, entraremos em retiro esse fim de semana. Na Sexta à noite nos isolaremos, e só daremos notícias ao mundo Domingo à noite. Iremos provavelmente para a praia de cotuvelo ou para uma granja na cidade de Macaíba. Levaremos todos os instrumentos e parafernália de som para finalizar os últimos arranjos e detalhes das músicas a serem gravadas. 
Para quem está cobrando fotos aqui no Blog...vou levar uma máquina fotográfica e prometo depois colocar algumas fotos do retiro. 
Outros shows estão sendo agendados. Em breve trago mais notícias. 

DICA DO DIA 
Apesar de não ser nada musical, a dica de hoje não podia deixar de ser dada. TANAKA!! 
Bixo, que lanche bom da porra! Ontem fui lá com a minha namorada e dei uma de animal. Quem já foi lá, sabe qual o tamanho do sanduba. Pois é...comi o meu e o de Lauren. Hehehe. Mas tem um detalhe...vá ao Tanaka da Bernardo Vieira. O rango de lá dá de 10 a 0 no Tanaka da Praça Cívica. Não tem PittsBurg, McDonalds ou Bobs que chegue perto. Acho que agora vou ganhar uns gramas a mais... 

Notícias musicais

Bem, finalmente trago notícias musicais. 
Para quem ainda não sabe vou dar uma recapitulada. 
De janeiro de 2000 à janeiro de 2003, passei um período muito legal da minha vida tocando com o República 5. Infelizmente por problemas de desentendimento escolhi sair da banda. Esse assunto parece ainda não ter sido esclarecido. Muita gente ainda pergunta o porque, ou os porques. Bem, vou dar a minha versão. Sintam-se livres para ouvir “o outro lado”. 
Dia 31 de janeiro de 2003, o República 5 fez seu último show com a antiga formação (Fellipe, Lipe, Gustavo e Carlinhos). Depois daí passamos mais de um mês sem ensaiar, sem tocar, nos falando muito pouco. Já fazia algum tempo que eu e Fellipe vínhamos insatisfeitos com algumas atitudes e opiniões de Carlinhos. Depois do show do dia 31, o clima estava tão chato a ponto de não mais telefonarmos para ele, e ele não telefonar para a gente. A coisa foi morgando, morgando... 
Eu e Fellipe pensamos em conversar com Gustavo para saber qual a posição dele, se ele estava satisfeito ou não, mas achamos melhor deixar que ele falasse o que tava achando de maneira livre, sem pressão. Então decidimos sair da banda. Não estávamos satisfeitos em estar tocando com Carlinhos. Ao contrário de alguns boatos que ainda estão correndo por aí (que eu nem sei se foi mesmo Carlinhos que falou), que dizem que saímos por que tínhamos sidos postos para fora da banda, nós saímos por iniciativa própria. Preferimos sair da banda, começar do zero, para não precisar chegar pro cara e dizer: “Ei, você tá fora da banda. Vamos tocar com outro batera”. Abrimos mão de um nome relativamente conhecido, de um trabalho de três anos. Estávamos prestes a gravar nosso primeiro CD. Nossa agenda estava boa, estávamos tocando com uma boa frequência. Mas não estávamos felizes. Caímos fora. Gustavo continuou com Carlinhos, mas saiu pouco tempo depois. 
Logo ao sair da banda eu Fellipe encabeçamos outro projeto e chamamos Xandi e Augusto (os dois ex-Garagem S/A) para compor a formação. Era o Ghandaia. Pouco mais de 1 mês de ensaios, estávamos tocando pela noite da cidade. Nesse intervalo de tempo, decidimos como essencial a presença de um percussionista. Depois de alguns testes, Cyro entrou e fechou a formação da banda. Mas, a dois meses atrás fomos pegos de surpresa com um e-mail. Havia outra banda com nome Ghandaia, nos EUA. Nos descobriram em alguns sites de bandas independentes, e como eles tinham o registro da marca Ghandaia, fomos forçados a mudar de nome. 
O nome escolhido foi Seu Zé. Faz mais ou menos 2 meses que estamos só ensaiando, compondo e pensando no nosso som. O Seu Zé está pronto, de repertório novo e muito motivado. 
AGENDA 
Quinta-feira, 18/09, será o primeiro show dessa nova fase. O Seu Zé vai tocar no Fest Art do Colégio Salesiano. A entrada é franca e a festa começa por volta das 18h. 
Tenho mais novidades sobre a banda, mas o trabalho me chama. Assim que eu tiver um tempinho, posto mais. 

Valeu.